Logística e Transporte

Exportações do agronegócio sobem 6,2% em setembro e registram recordes em carnes e milho, aponta Itaú BBA

Crescimento das exportações em setembro


Publicado em: 13/10/2025 às 19:20hs

Exportações do agronegócio sobem 6,2% em setembro e registram recordes em carnes e milho, aponta Itaú BBA

As exportações do agronegócio brasileiro alcançaram US$ 14,95 bilhões em setembro de 2025, segundo dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e analisados pela Consultoria Agro do Itaú BBA. O valor representa alta de 5% em relação a agosto e um avanço de 6,2% frente ao mesmo mês de 2024, consolidando um cenário de recuperação nas vendas externas do setor.

Soja impulsiona o complexo agrícola

O complexo soja manteve protagonismo nas exportações. O Brasil embarcou 7,3 milhões de toneladas de grãos, crescimento de 20% na comparação anual, com preços estáveis em US$ 423,1 por tonelada. A China absorveu 92% do total exportado.

No caso do farelo de soja, houve aumento de 19% nos embarques, somando 2,1 milhões de toneladas, mas com queda de 23% nos preços médios, para US$ 315,7/t. Já o óleo de soja registrou retração de 27% nos volumes, com 64 mil toneladas exportadas, enquanto o preço médio subiu 20%, atingindo US$ 1.149,6/t.

Recorde histórico nas carnes

O destaque do mês foi o desempenho das carnes, especialmente a bovina in natura, que alcançou 315 mil toneladas, o maior volume mensal da história, segundo o Itaú BBA. O aumento foi de 25% na comparação anual, com preços 24% superiores, chegando a US$ 5.617/t.

A carne de frango in natura também apresentou crescimento, com 415 mil toneladas exportadas, alta de 20% sobre agosto. O preço médio, porém, teve queda anual de 6,5%, ficando em US$ 1.828/t.

Já a carne suína registrou recorde mensal de 134 mil toneladas, avanço de 25% frente a setembro de 2024, com preço médio de US$ 2.581,6/t.

Açúcar e etanol seguem caminhos opostos

No setor sucroenergético, o comportamento foi misto. As exportações de etanol cresceram 61%, totalizando 265 mil m³, apesar da queda de 3,5% nos preços, que ficaram em US$ 534,6/m³.

Por outro lado, as vendas de açúcar VHP caíram 16%, para 2,9 milhões de toneladas, com preços 13% menores (US$ 395,1/t). O açúcar refinado também recuou 23%, com preço médio de US$ 474/t, redução de 7,6% em relação ao ano anterior.

Milho e algodão em alta

As exportações de milho totalizaram 7,6 milhões de toneladas, alta de 18% sobre setembro de 2024, com preços médios 5% maiores, em US$ 201,1/t.

O algodão também registrou avanço de 6% no volume exportado, atingindo 179 mil toneladas, mesmo com queda de 9% nos preços médios.

Impacto das tarifas dos Estados Unidos

As exportações brasileiras para os Estados Unidos somaram US$ 2,6 bilhões em setembro, queda de 20% em relação ao mesmo mês de 2024 e 9% abaixo de agosto de 2025.

Os produtos do agronegócio representaram 26% desse total (US$ 672 milhões), com retração de 40% na receita anual e 12% frente ao mês anterior.

Os itens mais afetados foram os florestais (madeira e papel), o café verde e torrado, a carne bovina e o açúcar.

Café brasileiro sofre com tarifas e inflação nos EUA

Entre os produtos mais atingidos pelo tarifaço americano, o café brasileiro lidera as perdas. O volume exportado caiu 47%, enquanto a receita recuou 31,5%, somando US$ 113,8 milhões.

Nos Estados Unidos, os preços do café subiram 3,6% em agosto, o maior aumento mensal em 14 anos, acumulando alta de 20,9% em 12 meses, segundo o Escritório de Estatísticas do Trabalho americano.

Durante uma videoconferência entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, o tema foi discutido, com Trump reconhecendo que os consumidores americanos “sentem falta do café brasileiro”.

Desempenho acumulado em 2025

De janeiro a setembro de 2025, as exportações do agronegócio mantêm desempenho positivo em segmentos-chave. O complexo soja cresceu 5% em volume, enquanto o complexo de proteínas apresentou alta média de 16% nas carnes bovinas e 14% nas suínas.

A celulose avançou 15%, e o fumo, 19%. Em contrapartida, produtos como açúcar, suco de laranja e trigo registraram retrações significativas no acumulado do ano.

Fonte: Portal do Agronegócio

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