Logística e Transporte

Exportações brasileiras para a China recuam 7,5% no primeiro semestre; importações batem recorde

Balança comercial entre Brasil e China mantém superávit, mas saldo é o menor desde 2019, refletindo maior dependência de produtos industrializados chineses


Publicado em: 18/07/2025 às 10:45hs

Exportações brasileiras para a China recuam 7,5% no primeiro semestre; importações batem recorde
Queda nas exportações brasileiras para a China

As exportações do Brasil para a China totalizaram US$ 47,7 bilhões no primeiro semestre de 2025, apresentando uma retração de 7,5% em comparação ao mesmo período de 2024. Este é o pior desempenho desde 2015, segundo dados do Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC). A redução contrasta com o aumento das importações brasileiras vindas da China, que cresceram 22%, atingindo recorde para o período, com US$ 35,7 bilhões.

Saldo comercial ainda positivo, mas em queda

O saldo comercial bilateral, embora positivo, caiu para US$ 12 bilhões — o menor desde 2019 e quase metade do superávit registrado no primeiro semestre do ano passado. Mesmo assim, esse valor representou cerca de 40% do superávit total da balança comercial brasileira no período, reforçando a importância do mercado chinês para o Brasil. No entanto, o cenário indica uma crescente dependência do país em relação a produtos industrializados de maior valor agregado.

Avanços nas exportações industriais

Apesar da concentração histórica em commodities, alguns segmentos industriais brasileiros tiveram crescimento expressivo nas vendas para a China. Destacam-se:

  • Exportações de torneiras para canalizações, que aumentaram 10 vezes, somando US$ 37 milhões;
  • Dispositivos para aquecimento, com alta de 20 vezes;
  • Centrífugas, com crescimento de 16 vezes;
  • Aferidores de gases, que subiram 35 vezes;
  • Compostos de metais de terras raras, que atingiram US$ 6,7 milhões — mais do que o triplo do volume exportado em 2024.
Importações brasileiras crescem fortemente em produtos siderúrgicos e veículos

No lado das importações, o Brasil ampliou significativamente as compras de produtos siderúrgicos da China, como:

  • Laminados planos de aço — aumento de 4 vezes;
  • Fios-máquinas — crescimento de 3 vezes;
  • Barras de ferro — alta de 2 vezes;
  • Semimanufaturados de aço — salto de 22 vezes.

Além disso, as importações de carros híbridos chineses cresceram 52% no semestre, com picos em junho. Esse movimento reflete uma estratégia de antecipação de embarques devido à elevação gradual das tarifas sobre veículos eletrificados.

Distribuição geográfica das exportações e importações

Entre os estados brasileiros, o Rio de Janeiro liderou as exportações para a China, respondendo por 15,7% do total, enquanto São Paulo concentrou 31% das importações provenientes do país asiático.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias