Publicado em: 13/10/2025 às 10:40hs
As exportações brasileiras de suco de laranja da safra 2025/26 começaram mais lentas. Entre julho e setembro, período que corresponde ao primeiro trimestre da safra, o país embarcou 189,2 mil toneladas de FCOJ equivalente (suco concentrado congelado a 66º Brix), uma redução de 4,4% em volume em comparação ao mesmo período da safra anterior. A receita obtida foi de US$ 713,6 milhões, representando uma queda de 17,6%, impactada pelo aumento da oferta interna.
Segundo o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, o início da safra foi atípico devido ao clima mais frio, que retardou a maturação dos frutos e atrasou a colheita. Dados do Fundecitrus indicam que até meados de agosto apenas 25% da safra havia sido colhida, contra 50% na mesma época da safra anterior. Além disso, a maior exigência do mercado por frutas bem maturadas também influencia o ritmo de processamento e, consequentemente, das exportações.
Os EUA, isentos da tarifa adicional de 40%, continuam como principal destino do suco brasileiro. No primeiro trimestre da safra 2025/26, o país importou 92,7 mil toneladas de FCOJ equivalente, gerando US$ 310,2 milhões em receita. Em comparação com o mesmo período da safra anterior, o volume cresceu 37,7% e a receita 17,3%, representando 49% do total das exportações brasileiras no período. Esse desempenho reforça a importância estratégica do mercado americano para a indústria nacional.
A Europa manteve-se como segundo maior mercado, representando 47,8% do total das exportações, com embarques de 88,9 mil toneladas e receita de US$ 363,4 milhões, quedas de 22,8% em volume e 31% em receita.
Segundo Netto, os altos preços da safra anterior, combinados com problemas de qualidade devido ao clima, fizeram com que consumidores migrassem para outros produtos. Durante o Juice Summit, realizado em Bruges (Bélgica) nos dias 1º e 2 de outubro, o setor discutiu estratégias para reconquistar clientes e expandir a demanda europeia.
A China comprou 3,4 mil toneladas, equivalentes a 1,8% das exportações, com receita de US$ 18,9 milhões, representando queda de 44% em volume e 33,7% em receita em relação ao mesmo período da safra anterior.
O Japão importou 1,6 mil toneladas (0,9% do total) e gerou receita de US$ 9,4 milhões, uma retração de 68,7% em volume e 62,5% em receita.
Outros mercados somaram 2,6 mil toneladas, totalizando US$ 11,7 milhões, com queda de 36,6% em volume e 43,8% em receita.
No primeiro trimestre da safra 2025/26, o ritmo global das exportações reflete uma combinação de fatores: atraso na colheita, exigência de frutas mais maduras, aumento de oferta interna e mudanças no comportamento do consumidor. Enquanto os EUA mantêm crescimento expressivo e consolidam sua posição como principal destino, a Europa e os mercados asiáticos apresentam quedas significativas, especialmente na China e no Japão, impactando o desempenho financeiro do setor.
O início lento reforça a necessidade de estratégias voltadas à qualidade da fruta, eficiência no processamento e diversificação de mercados, para assegurar a competitividade do suco de laranja brasileiro na safra 2025/26.
Fonte: Portal do Agronegócio
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