Logística e Transporte

Exportações brasileiras aos EUA batem recorde em julho apesar das tarifas elevadas

Exportações brasileiras para os EUA crescem 4,2% no acumulado de 2025


Publicado em: 13/08/2025 às 10:30hs

Exportações brasileiras aos EUA batem recorde em julho apesar das tarifas elevadas

As exportações do Brasil para os Estados Unidos somaram US$ 23,7 bilhões entre janeiro e julho de 2025, registrando um aumento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este é o maior valor histórico já contabilizado para esse intervalo, conforme divulgado na edição especial do Monitor do Comércio Brasil-EUA, elaborado pela Amcham Brasil. No mesmo período, as importações brasileiras vindas dos EUA avançaram 12,6%, totalizando US$ 26 bilhões.

Superávit comercial dos EUA com Brasil cresce 607,9% até julho

O saldo comercial ficou a favor dos Estados Unidos, com um superávit de US$ 2,3 bilhões acumulado no ano, representando uma alta expressiva de 607,9% em comparação com janeiro a julho de 2024.

Julho marca recorde nas exportações brasileiras, mesmo com sobretaxa americana

Em julho, apesar da sobretaxa de 10% aplicada pelos EUA e do anúncio do aumento para 50% a partir de agosto, as exportações brasileiras alcançaram US$ 3,7 bilhões — um crescimento de 3,8% na comparação anual e um recorde para o mês. A quantidade exportada subiu 7,3%, sugerindo uma estratégia de antecipação dos embarques para minimizar o impacto das novas tarifas. Já as importações dos EUA pelo Brasil cresceram 18,2%, atingindo US$ 4,3 bilhões, o segundo maior volume da década.

Setores brasileiros em destaque nas exportações para os EUA

Dos dez principais produtos exportados em julho, seis tiveram alta significativa:

  • Aeronaves: +159,0%
  • Ferro-gusa: +62,5%
  • Cal e cimento: +46,3%
  • Petróleo: +39,9%
  • Suco de frutas: +32,2%

No acumulado do ano, os maiores avanços foram registrados por:

  • Carne bovina: +118,1%
  • Sucos de frutas: +61,7%
  • Café: +34,6%
  • Aeronaves: +31,7%
Setores impactados negativamente pelas tarifas e concorrência

Alguns segmentos sofreram retração devido às tarifas e à competição internacional:

  • Celulose: -14,8% (com pressão de produtos canadenses)
  • Óleos de petróleo: -18,0%
  • Equipamentos de engenharia: -20,8%
  • Semi-acabados de ferro ou aço: -8,0% (queda de 64% apenas em julho)
  • Açúcar: queda de 49,6% em valor e 51,7% na quantidade, afetado pelas tarifas de 50% vigentes desde 6 de agosto
Contexto global do comércio dos EUA e impacto das tarifas

Enquanto o déficit comercial dos EUA em bens aumentou 27,8% no primeiro semestre de 2025, o Brasil permanece como um dos poucos parceiros comerciais com superávit americano, ocupando o quinto maior saldo, que cresceu 57,9% em relação a 2024. Na comparação apenas do mês de junho, o déficit dos EUA diminuiu 8,3%, indicando possível efeito inicial das tarifas recíprocas.

Amcham Brasil destaca resiliência das exportações brasileiras para os EUA

Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil, comentou:

“As exportações brasileiras para os EUA seguem resilientes e em trajetória de crescimento até julho. Nosso compromisso é trabalhar de forma coordenada com os governos dos dois países para preservar esse comércio, que gera empregos e oportunidades, mesmo diante dos desafios provocados pelo aumento das tarifas.”

Fonte: Portal do Agronegócio

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