Publicado em: 28/05/2018 às 10:00hs
A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) disse que os agricultores estão pagando até 9,05 reais a mais, ante 2017, por tonelada para mover os grãos das plantações no Estado do Mato Grosso para Santos, onde fica o maior porto da América Latina.
O Brasil é um importante fornecedor de grãos, carne bovina, café e açúcar, que em maior parte chega aos portos por rodovias.
O estudo da Esalq estima que o custo para mover bens agrícolas no Brasil estava em torno de 120 bilhões de reais no ano passado, com o transporte correspondendo a 87,5 por cento do valor.
A escalada do diesel é um tremendo golpe para o setor quando o volume dos produtos é considerado, escreveu a Esalq. Por exemplo, o Brasil deve vender cerca de 73 milhões de toneladas de soja em mercados de exportação nesta temporada, de acordo com projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
O lobby de transporte CNT, que estima que 60 por certo da carga brasileira é transportada por caminhões, pediu uma revisão da política de preços da petroleira estatal Petrobras.
"O diesel do Brasil é mais caro do que em países em estágios similares de desenvolvimento, como a Rússia e o México", disse a CNT nesta quarta-feira em declaração, acrescentando que os preços locais estão em média quase 15 por cento mais altos que nos EUA.
Os preços do diesel nas bombas subiram entre 13 e 15 por cento nos importantes Estados agrícolas e industriais de Mato Grosso, São Paulo e Paraná entre janeiro de 2017 e maio de 2018, disse a Esalq em seu estudo.
O governo federal e um grupo representando os caminhoreiros se encontraram para conversar durante a tarde nesta quarta-feira, mas não conseguiram fazer qualquer progresso sobre terminar os protestos em todo o país.
O impasse continuou apesar de a Petrobras ter baixado os preços do diesel nesta quarta-feira pela segunda vez nesta semana.
Fonte: Reuters
◄ Leia outras notícias