Logística e Transporte

Comércio global: Brasil mira novos mercados para diversificar exportações e agregar valor

País busca oportunidades no Oriente Médio, Sudeste Asiático e África


Publicado em: 08/09/2025 às 16:30hs

Comércio global: Brasil mira novos mercados para diversificar exportações e agregar valor

Com o cenário internacional passando por mudanças logísticas e comerciais, o Brasil se posiciona estrategicamente para ampliar sua presença global. Especialistas apontam que, além de manter relações com potências tradicionais como Estados Unidos, China e União Europeia, o país pode explorar mercados emergentes no Oriente Médio, Sudeste Asiático e partes da África, aproveitando suas vantagens naturais e ajustando acordos e infraestrutura.

Expansão em mercados promissores

Segundo Mario Veraldo, especialista em logística e CEO da MTM Logix, regiões como o Sudeste Asiático e o Oriente Médio apresentam crescimento elevado na demanda por produtos agrícolas, minerais e alimentos processados, setores em que o Brasil se destaca.

"A China continua sendo nosso maior parceiro comercial, mas outras regiões estão se abrindo. O Oriente Médio, por exemplo, aumenta a demanda por alimentos prontos e insumos agrícolas, criando oportunidades para agregar valor às exportações brasileiras", explica Veraldo.

Apesar de ter potencial, a África ainda enfrenta desafios relacionados ao baixo poder aquisitivo, o que limita investimentos mais robustos.

Nova geopolítica e infraestrutura logística

A globalização está em transformação, e os fluxos logísticos tendem a se descentralizar. Segundo Veraldo, a Infraestrutura Logística de Zonas Secundárias (SZLI) vem ganhando relevância, com portos alternativos e estruturas logísticas internas passando a reduzir gargalos nos grandes centros.

Além disso, a adoção de tecnologias digitais e ferramentas preditivas permite que pequenas e médias empresas acompanhem em tempo real os fluxos de mercadorias, reduzam riscos e antecipem demandas, aumentando a competitividade.

Acordos comerciais e redução de dependência

Outro ponto estratégico é a diversificação de acordos comerciais. Inspirado no modelo mexicano, Veraldo sugere que o Brasil busque tratados com países do Oriente Médio, Sudeste Asiático e México, reduzindo a dependência de grandes potências e ampliando o acesso a novos mercados.

Valor agregado e industrialização

Embora reconhecido como potência agrícola e mineral, o país ainda precisa evoluir na industrialização de sua pauta exportadora. "A exportação de carne in natura vem sendo substituída gradualmente por alimentos prontos para o preparo. Esse modelo deve ser replicado em outros setores, transformando matérias-primas em produtos de maior valor agregado e gerando empregos e desenvolvimento local", afirma o CEO.

Burocracia e modernização

Veraldo também alerta para a burocracia como um entrave ao comércio exterior. "Enquanto o mundo avança no uso de padrões internacionais de dados, o Brasil ainda patina nesse sentido, gerando custos extras e atrasando a adaptação aos novos mercados. Modernizar processos e sistemas é tão importante quanto investir em infraestrutura física", diz.

Brasil no novo mapa comercial global

Com investimentos em infraestrutura inteligente, novos acordos comerciais e valorização da produção sofisticada, o Brasil tem potencial para conquistar novos mercados e assumir um papel mais estratégico no comércio internacional, acompanhando a transformação das rotas comerciais globais.

Fonte: Portal do Agronegócio

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