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Zoetis lança vacina inovadora desenvolvida exclusivamente para caprinos e ovinos

Glanvac é a única vacina disponível no Brasil que previne – ao mesmo tempo -, a linfadenite caseosa e as principais clostridioses que acometem os pequenos ruminantes, inclusive o tétano


Publicado em: 26/03/2014 às 07:10hs

Zoetis lança vacina inovadora desenvolvida exclusivamente para caprinos e ovinos

Atenta ao potencial de crescimento da caprinocultura e ovinocultura, a Zoetis lança a vacina Glanvac, desenvolvida exclusivamente para a prevenção e controle do Mal do Caroço e das principais clostridioses que acometem os pequenos ruminantes - enterotoxemia (doença do rim polposo), carbúnculo sintomático (manqueira), edema maligno, hepatite necrótica, tétano e inchaço da cabeça dos carneiros.

A vacina é produzida com alta tecnologia e combina toxóides concentrados e purificados, que estimulam a produção de anticorpos para proteger os animais contra as afecções causadas por bactérias do gênero Clostridium (Cl. tetani, Cl. perfringens, Cl. chauvoei, Cl. novyi, Cl. septicum) e da Corynebacterium pseudotuberculosis, responsável pela linfadenite caseosa. “De forma geral, há um número reduzido de produtos exclusivos para pequenos ruminantes, pois a maioria do que temos hoje foi desenvolvida visando o mercado de bovinos. Com Glanvac, atenderemos os produtores com uma vacina desenvolvida exclusivamente para os pequenos ruminantes e já consagrada na Austrália e Nova Zelândia, considerados países de referência nesse tipo de criação”, afirma Ocilon Gomes de Sá Filho, gerente de Produtos de Bopriva e Pequenos Ruminantes na Zoetis.

Infecção silenciosa - A linfadenite caseosa, popularmente conhecida como Mal do Caroço, é uma enfermidade crônica contagiosa que acomete ovinos e caprinos, caracterizada por lesões purulentas nos gânglios linfáticos, e ocasionalmente pulmões, baço, rins e fígado. A forma clínica, com sinais visíveis da doença, apresenta abscessos (“caroços” preenchidos com pus) localizados nos linfonodos superficiais (principalmente na cabeça e pescoço) e pode interferir nas atividades normais dos animais, como mastigação e locomoção. Já a forma subclínica, sem sinais aparentes da enfermidade, geralmente é acompanhada por abscessos viscerais e resulta em perda de peso e redução na produção de leite, sendo denominada neste caso de “síndrome da ovelha magra”.

Alguns fatores favorecem a disseminação da enfermidade, como alta lotação, animais e ambientes contaminados, pastos sujos e ferimentos (durante a tosquia ou pequenos acidentes). De acordo com estudos epidemiológicos, maiores prevalências da doença são registradas nas regiões Nordeste e Sudeste do País. Em Pernambuco, a prevalência da doença em caprinos atinge 78%1; já no estado do Maranhão, cerca de 84% dos caprinos e 79,5%2 dos ovinos são acometidos pelo Mal do Caroço. No Sudeste, a enfermidade apresenta maior índice em Minas Gerais, com 78,9%3 dos caprinos infectados.

Como a bactéria Corynebacterium pseudotuberculosis (ovis) pode resistir no ambiente durante meses - permanecendo viva na carne congelada, fezes, solo, locais úmidos, pele e vísceras infectadas, áreas de tosquia e banheiras de imersão -, a prevenção da doença por meio da vacinação dos animais é fundamental.

Clostridiose: uma ameaça constante ao rebanho - as bactérias do gênero Clostridium (clostrídios) são habitantes naturais do solo e do trato intestinal dos animais, tornando sua erradicação impossível. A doença é provocada pela produção de potentes toxinas durante sua fase de multiplicação, portanto, na grande maioria dos casos, o tratamento é pouco eficaz ou inviável, tornando as clostridioses uma constante ameaça às criações. As clostridioses podem ser classificadas como intestinais, hepáticas e neurológicas (informações detalhadas no quadro explicativo) e os sinais clínicos são variáveis, de acordo com a forma como animal foi infectado e os órgãos atingidos. “A doença é altamente letal e não há forma efetiva de tratamento. Os prejuízos são significativos para os produtores. Por isso a prevenção é a única alternativa”, alerta Ocilon Gomes.

Além da vacinação como principal forma de prevenção, algumas medidas devem ser adotadas como a desinfecção da pele no local e dos instrumentos utilizados durante procedimentos cirúrgicos ou de manejo (brincagem, tatuagem, descola, descorna, castração, aplicação de injeções), manter os animais em local limpo após os procedimentos cirúrgicos ou de manejo com instrumentos perfuro cortantes, evitar mudanças bruscas de alimentação e a introdução repentina de animais que estão a pasto em dietas com alta densidade energética. Outra importante medida é o adequado descarte das carcaças, que devem ser enterradas em covas profundas ou, de preferência, queimadas. “É importante ressaltar que a vacinação contra as clostridioses, quando feita com produto de boa qualidade, é muito eficaz. Os cordeiros/cabritos recém-nascidos, ao ingerirem colostro de matriz vacinada adequadamente, terão proteção até o terceiro mês de vida”, reforça o executivo.

Glanvac: forma eficaz de prevenção – O programa de vacinação com Glanvac é simples. A imunização em animais nunca antes vacinados requer uma dose inicial (1 mL) seguida por reforço (1 mL) após 4 semanas. Ao se realizar essa imunização inicial, é necessária uma dose anual de reforço (1 mL) sendo o suficiente para manter a imunidade adequada. Em matrizes, recomenda-se aplicar uma dose de Glanvac quatro semanas antes do parto previsto, visando proteger a prole através do colostro. Não há período de carência para ovinos e caprinos que receberem a aplicação do produto.

CLOSTRIDIOSE

Clostridioses intestinais - A contaminação ocorre quando os clostrídios que, normalmente habitam o intestino, se multiplicam muito rapidamente, após a ingestão de grandes quantidades de alimentos ricos em carboidratos solúveis (exemplo: amido de grãos, como milho) ou outras alterações repentinas na dieta. Esse processo faz com que sejam produzidas grandes quantidades de toxinas que são absorvidas do intestino para a corrente sanguínea, provocando intoxicação fatal, conhecida como enterotoxemia. As toxinas produzidas, além de causar diarreia, provocam danos ao tecido cerebral e aos vasos sanguíneos, o que resulta na morte do animal. O colapso dos rins, em decorrência dos danos vasculares, é responsável pelo termo “doença do rim polposo”. A enterotoxemia pode acometer animais jovens e adultos, sendo os cordeiros mais suscetíveis, principalmente entre três e dez semanas de idade. Os animais afetados podem apresentar uma variedade de sinais, pois o curso da doença vai de quadros subagudos à morte súbita. Em animais adultos, a toxina pode levar à morte súbita em sua maioria, sem manifestações de sinais clínicos neurológicos. Os animais jovens apresentam falta de apetite, abdômen dilatado, desconforto, diarreia pastosa no início, evoluindo para fluida e, posteriormente, hemorrágica, já com o animal próximo da morte, que geralmente ocorre em até 24 horas após o início dos sinais clínicos.

Clostridioses musculares - No caso do carbúnculo sintomático, esporos de Clostridium chauvoei presentes no solo são ingeridos pelo animal, absorvidos e transportadas aos músculos, permanecendo estáticos. O carbúnculo sintomático pode ocorrer em qualquer idade, sendo os ovinos menos suscetíveis que os bovinos. Os animais afetados ficam deprimidos e apresentam manqueira do membro afetado. Ao palpar a região afetada, é possível sentir temperatura elevada e crepitações abaixo da pele. A pele em torno da área atingida frequentemente tem a aparência vermelho-escura ou preta, desenvolvendo necrose. A morte ocorre entre 24 a 48 horas após o início dos sintomas, e é seguida por um rápido enrijecimento dos membros (cadáver em forma de cavalete) e por secreção sanguinolenta nas narinas. As carcaças apodrecem rapidamente pela multiplicação bacteriana.

O edema maligno ou gangrena gasosa apresenta sinais clínicos muito semelhantes aos observados no carbúnculo sintomático, com a diferença de que, no edema maligno, a porta de entrada geralmente é um ferimento e a necrose tecidual ocorre ao redor deste local. Assim, a doença normalmente está associada à falta de assepsia em castrações, parições, tosquia, corte de cauda e vacinações utilizando-se agulhas ou aparelhos contaminados.

Animais de todas as idades podem ser acometidos pela gangrena gasosa. Em animais jovens, essa clostridiose ocorre comumente após o corte da cauda, podendo também resultar de infecções umbilicais. Já em animais adultos, é mais comum a ocorrência da doença após a tosquia.

Clostridioses hepática - Causada por clostrídios que se multiplicam no fígado do animal e produzem toxinas, geralmente após danos causados por parasitas neste órgão. Dentre essas afecções, destacam-se a hepatite necrótica, causada pelo Clostridium novyi tipo B, e a hemoglobinúria bacilar, causada pelo Clostridium haemolyticum. A hepatite necrótica ocorre em bovinos e ovinos de todas as idades, no fígado dos quais normalmente se encontram esporos de Clostridium novyi. A enfermidade é sazonal, com picos no verão e outono, acompanhando o ciclo de vida do verme chato Fasciola hepática. Isso porque a migração de larvas deste verme produz condições anaeróbicas que favorecem a multiplicação do clostrídio e produção de toxinas, que são absorvidas no sangue, causando intoxicação e morte. Os sintomas dos animais acometidos pela hepatite necrótica são febre, depressão, dor à palpação profunda e apatia. Entretanto, geralmente os animais morrem subitamente, sem nenhum sinal da doença. Áreas de lesões circulares no fígado são características e, em ovinos, os vasos sanguíneos da pele se rompem, deixando o sangue vazar e tornando negro o tecido subcutâneo – daí o nome hepatite necrótica.

Clostridioses neurológicas - Os clostrídios atuam no sistema nervoso do animal, levando à paralisia generalizada e morte por dificuldade respiratória (asfixia), como o tétano, causado pelo Clostridium tetani, e o botulismo, causado pelo Clostridium botulinum. É uma doença fatal caracterizada por paralisia rígida em decorrência da contaminação de ferimentos com esporos de Clostridium tetani vindos do solo. As condições anaeróbicas no tecido machucado permitem que as bactérias se multipliquem e produzam uma toxina que atinge os nervos e o sistema nervoso central, provocando contração dos músculos em resposta a estímulos luminosos e sonoros. Os animais afetados podem ficar em pé numa posição “de cavalete” com as pernas retas e o dorso arqueado, ou podem ser incapazes de permanecer em pé. Os músculos faciais ficam contraídos, causando travamento da mandíbula e ranger de dentes, interrompendo a ingestão de água e alimentos. A morte ocorre por asfixia devido à paralisia dos músculos respiratórios. É comum a ocorrência da doença após ferimentos acidentais ou práticas de manejo como castração, descola, tosquia, descorna, aplicações de vacinas e/ou medicamentos com seringas e agulhas mal esterilizadas. Em animais recém-nascidos, o cordão umbilical é uma porta de entrada mais comum para o Clostridium tetani.

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Fonte

1. Estudos de prevalência da linfadenite caseosa no Brasil: Souza Neto
2. Estudos de prevalência da linfadenite caseosa no Brasil: Teixeira et al.
3. Estudos de prevalência da linfadenite caseosa no Brasil: Seyffert et al.

Fonte: cdn Comunicação Corporativa

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