Publicado em: 21/02/2014 às 09:40hs
"A Vale não fará nenhum movimento que seja prejudicial ao Estado de Sergipe, não tendo solução política, daremos mandato para um banco para que possamos vender o projeto, e algum interessado desenvolver", afirmou o presidente da mineradora, Murilo Ferreira, em audiência no Senado nesta quarta-feira para tratar do assunto.
Está havendo uma divergência entre os municípios de Japaratuba e Capela sobre a divisão dos tributos com o Projeto Carnalita, que tem previsão de adicionar um volume de 1,2 milhão de toneladas à produção de potássio, importante matéria-prima de fertilizantes, da qual o Brasil --uma potência agrícolaé extremamente dependente de importações.
Segundo Ferreira, os acionistas da Vale não podem ficar sujeitos a incertezas fiscais e, por isso, é importante um acordo. "Estamos dispostos a um acordo que seja viável", disse ele, acrescentando que a empresa vai desmobilizar sua equipe no dia 28 próximo, aguardando uma solução.
O prefeito de Japaratuba, Helio Sobral (PMDB), presente à audiência, disse que o desejo da cidade é que o impasse seja resolvido. "Quem vai ganhar com isso é o povo de Sergipe, de Japaratuba e de Capela", afirmou.
No entanto, o prefeito de Capela, Ezequiel Ferreira (PR), pensa diferente. Ele teme que a cidade fique apenas com os problemas de uma região mineradora, sem obter todas as benesses da instalação da unidade. "Querem transformar Japaratuba numa Camaçari da vida e Capela numa Serra Pelada", afirmou.
O governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), disse que o Estado encontrará uma solução para a divergência de municípios.
A Vale assinou com a Petrobras em 2012 a renovação do contrato de arrendamento de ativos e direitos minerários de potássio em Sergipe. O acerto entre as empresas permite à Vale explorar por mais 30 anos as reservas de carnalita, minério do qual se extrai o cloreto de potássio.
Com o acordo, a Vale, que já tem uma operação na área, esperava prosseguir com o desenvolvimento do projeto.
A Vale estimou, na ocasião do acordo com a Petrobras, que o Projeto Carnalita permitiria ao Brasil economizar cerca de 17 bilhões de dólares em divisas ao longo de 29 anos pela redução das importações da matéria-prima.
Fonte: Reuters
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