Publicado em: 15/12/2025 às 10:00hs
O número de empresas do agronegócio enquadradas no Simples Nacional teve um aumento significativo nos últimos dois anos, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Em 2023, foram registradas 395 mil novas empresas no setor, número que saltou para 423 mil em 2024, representando um crescimento de 7,1% em apenas um ano.
De acordo com Carlos Pinto, diretor do IBPT e um dos autores do estudo, o aumento evidencia que empreendedores rurais estão aderindo cada vez mais à formalização, atraídos pelos benefícios do Simples Nacional, como menor carga tributária, menos burocracia e condições competitivas mais favoráveis.
“Esses dados reforçam um movimento claro de conexão do agronegócio brasileiro à formalidade e à eficiência, garantindo protagonismo econômico nacional e oportunidades no mercado internacional”, destaca Pinto.
O estudo mostra que 64,1% das empresas do agronegócio enquadradas no Simples Nacional são Microempreendedores Individuais (MEIs), enquanto 27,6% são microempresas e 8,1% são pequenas empresas.
“Isso demonstra que o agronegócio brasileiro não se limita a grandes conglomerados, mas conta com milhares de negócios familiares e locais que sustentam a cadeia produtiva”, afirma o diretor do IBPT.
A análise por CNAEs revela que a indústria de alimentos lidera o setor, com destaque para:
Outros segmentos relevantes incluem alimentos prontos, massas, biscoitos, conservas de frutas e derivados de carne, essenciais para abastecer o mercado interno e movimentar a economia regional.
O estudo também aponta que a base empreendedora do agronegócio é majoritariamente jovem:
Segundo Pinto, esses negócios trazem inovação, agilidade e maior adaptação às novas tecnologias, fatores que aumentam a competitividade do setor. Já as empresas mais antigas, cerca de 17 mil com mais de 21 anos, representam tradição, mas são minoria.
“Podemos afirmar que o futuro do agronegócio passa pela força das empresas jovens, que reconfiguram a base produtiva e ampliam a formalização do setor”, enfatiza o diretor.
O levantamento identificou um mapa claro de concentração das empresas do setor:
O IBPT também analisou o Índice de Atividade Empresarial (IAE), que mede a dinâmica e a eficiência dos negócios:
Pinto comenta que esses estados combinam tradição e dinamismo. “Santa Catarina se destaca na cadeia agroindustrial, Mato Grosso pela produção de grãos e proteína animal integrados à logística nacional e internacional, e Rio Grande do Sul pelo forte papel das cooperativas e negócios regionais”, explica.
O estudo do IBPT mostra que o crescimento das empresas do agronegócio no Simples Nacional reflete a expansão da formalização, especialmente entre micro e pequenas empresas, e aponta um setor em constante renovação, com forte presença de empresas jovens, inovação tecnológica e distribuição estratégica pelo território nacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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