Publicado em: 11/08/2014 às 09:50hs
A safra goiana de cereais, leguminosas e oleaginosas deve fechar 2014 com 18,5 milhões de toneladas, com alta de 2,1% sobre a produção do ano passado, aponta o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de julho, divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a estimativa é 0,2 ponto porcentual menor que a do mês passado.
Flávio Faedo, de Rio Verde: “Esperava produção ainda menor” Foto: João Faria
De acordo com o levantamento, Goiás corresponderá por 9,6% da produção nacional. Já a estimativa da área a ser colhida no Estado – 4,9 milhões de hectares – apresentou acréscimo de 4,1% frente à área colhida em 2013.
“Nós tínhamos uma expectativa muito maior esse ano, mas que não ocorreu, principalmente por conta da soja que ficou bem abaixo do esperado. Ano passado produzimos cerca de 9,5 milhões de toneladas, já este ano será em torno de 8,6 milhões. Quase um milhão a menos de soja”, comenta o consultor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Cristiano Palavro.
“Teremos um aumento de 300 a 400 toneladas na produção esse ano. Por outro lado, a área plantada cresceu 8,7% em relação ao ano passado. Isso representa uma queda de produtividade”, acrescenta o consultor da Faeg.
Conformo os dados da pesquisa, a safra de milho teve um acréscimo de 8,6%, totalizando 8,3 milhões de toneladas produzidas, enquanto que a soja e o sorgo tiveram decréscimos em relação à safra de 2013 (-1,4% para soja e -17,7% para o sorgo). Juntos, o milho, a soja e o sorgo representam 97% do cultivo goiano.
O produtor de milho e soja do município de Rio Verde, Flávio Faedo, esperava uma estimativa menor por parte do IBGE para a safra da soja. “Achei que a produção seria ainda menor. A falta de chuva em determinados pontos do Estado afetaram demais o cultivo esse ano. Na minha estimativa, perderei em torno de 10% da safra de soja em relação ao ano passado por conta da seca”, diz.
“Atualmente estamos colhendo milho que está com uma produtividade muito boa. Creio eu, que iremos produzir algo em torno de 5% a mais que 2013”, comenta o produtor.
A dificuldade, segundo Flávio Faedo, é o preço do milho. “O problema é a queda no preço do milho, que está abaixo do mínimo. Tem pouca procura e as exportações também estão menores que no ano passado. Isso tudo quer dizer uma receita menor”, conta.
No País, aumento deve ser de 2,6%
Ainda de acordo com a estimativa do IBGE, a safra nacional deve fechar o ano em 193,2 milhões de toneladas, com alta de 2,6% sobre o ano passado (188,2 milhões de toneladas). Dos 26 produtos analisados, 18 deverão ter maior produção. O arroz e a soja devem crescer de 4,4% e 6%, respectivamente. O?milho deve ter queda de 4,4%.
“Na soja e no milho, é de se esperar redução no ritmo de expansão, que não deve passar de 3% para 2015. Número poderá ser ainda menor no ciclo 2015/2016, se as safras forem regulares”, avalia o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Fernando Pimentel.
Ele acredita que a boa safra americana dessas culturas vai influenciar nos preços. “A safra americana deve tirar o peso sobre a oferta e colocar compradores, em particular a China, na zona de conforto. Como temos muita soja e milho no hemisfério Sul, talvez enfrentemos um horizonte de preços baixos pelo período de 12-18 meses, até que tenhamos uma recuperação da renda no campo”, diz.
Fonte: O Hoje
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