Publicado em: 11/11/2013 às 13:40hs
Representantes dos agricultores dos municípios de Seara, Arvoredo, Cunha Porã, Saudades e Abelardo Luz reivindicam a revisão das demarcações de terras que avançam injustamente em áreas de propriedade dos produtores rurais, bem como a não ampliação das já homologadas como áreas indígenas. Eles estão ameaçados de perder suas propriedades com a anunciada ampliação das reservas existentes naqueles cinco municípios.
Em Brasília, esse grupo cercou prédio do Ministério da Justiça, pressionou e foi recebido pelo ministro, acompanhado do deputado federal Valdir Colatto. O ministro comprometeu-se a reter todos os processos de ampliação de áreas indígenas até que haja entendimento entre Governo, produtores e índios. Ao final do encontro, ficou marcada reunião em Florianópolis entre os dias 18 e 21, reunindo produtores, indígenas e todos os órgãos do Governo Federal envolvidos com o assunto.
Na mesma semana e pelos mesmos motivos, produtores rurais bloquearam a ponte sobre o rio Irani entre os municípios de Arvoredo e Chapecó.
O presidente José Zeferino Pedrozo disse que a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) apoia a manifestação dos produtores rurais. A Faesc sempre se posicionou em defesa da família rural, condenando aqueles que apontam os produtores rurais como vilões e incentivam a invasão e depredação de terras produtivas.
A Faesc critica a ampliação e criação de terras indígenas e unidades de conservação (UC) em áreas de produção, como ocorreu nos governos Fernando Henrique e Lula. O motivo é que essa expansão ilimitada não se dá sobre, por exemplo, terras devolutas da União (17,6% do território), mas, sim sobre áreas da agropecuária, algumas das quais tituladas há mais de um século.
A Faesc não aceita que um único antropólogo da Funai tenha a palavra final, acima dos Poderes da República. O presidente observa que um laudo antropológico não pode valer mais que imagens de satélite, escrituras públicas centenárias e testemunhos da população das áreas demarcadas.
RESPEITO
Por isso, recomenda uma gestão integrada do uso do solo, que atenda a todos, sem afetar sua capacidade produtiva. “É possível harmonizar as demandas dos brasileiros índios, sem terra e quilombolas, sem avançar nas áreas que sustentam a economia brasileira. É necessária uma relação de respeito mútuo entre as diversas comunidades étnicas”.
Atualmente, pouco mais de 500 mil brasileiros índios ocupam 13% do território em mais de 580 áreas indígenas, enquanto cidades e infraestrutura, com quase 200 milhões de habitantes, ocupam apenas 2,5% das terras da nação.
O País em que 62% do seu solo estão cobertos por vegetação nativa, tal como o encontraram os descobridores. Nenhum outro país dispõe de tal patrimônio ambiental. Em 27,7% do território, o Brasil produziu uma das maiores e mais sofisticadas agriculturas do planeta, que, além de prover a população, abastece o mercado externo. O agronegócio e a agricultura garantem emprego formal a mais de 15 milhões de trabalhadores e respondem por quase 25% do PIB.
Fonte: MB Comunicação Empresarial/Organizacional
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