Publicado em: 04/06/2025 às 09:30hs
Na última terça-feira (27), o município de Chapecó, em Santa Catarina, sediou mais uma edição do Projeto Campo Futuro, com foco na pecuária de leite. O evento reuniu produtores rurais, técnicos da CNA, representantes do Sistema Faesc/Senar, sindicatos rurais e profissionais do setor.
A iniciativa é fruto da parceria entre o Sistema CNA/Senar, o Sistema Faesc/Senar, o Sindicato Rural de Chapecó e o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
Durante o encontro, o vice-presidente da Faesc, Clemerson Argenton Pedrozo, destacou a importância da pecuária leiteira para o estado. “Com apenas 1,12% do território brasileiro, somos o quarto maior produtor de leite do país e referência em produção animal”, afirmou.
Pedrozo também ressaltou o papel do produtor catarinense no avanço tecnológico do setor. “Santa Catarina é exemplo de dedicação e inovação. O Projeto Campo Futuro é essencial para que o produtor compreenda seus custos e tome decisões mais estratégicas”, acrescentou.
O presidente do Sindicato Rural de Chapecó, Luiz Carlos Travi, reforçou a relevância do levantamento para o fortalecimento da cadeia do leite. Segundo ele, os dados coletados com produtores, veterinários e representantes de laticínios permitem traçar um panorama detalhado dos custos de produção — da propriedade até o consumidor final.
“É uma oportunidade valiosa para orientar tecnicamente todos os envolvidos e fortalecer o setor com base em dados reais”, afirmou Travi.
O assessor técnico da CNA, Guilherme Souza Dias, apresentou o perfil da propriedade típica da região: com 36 hectares, produção totalmente confinada no sistema Compost Barn e produção média de 1.400 litros de leite por dia.
Segundo Dias, a produtividade por vaca aumentou, atingindo 28 litros/dia, reflexo do trabalho de melhoramento genético na região — tendência também observada em Braço do Norte. “A produção anual de 16 mil litros por hectare demonstra uma boa eficiência no uso da terra”, explicou.
De acordo com Guilherme Dias, os dados revelam que a atividade leiteira em Chapecó não apenas cobre os custos operacionais, como também gera caixa para reinvestimento em infraestrutura e garante o pró-labore das famílias envolvidas. O único ponto abaixo da média foi a remuneração do capital imobilizado.
Ainda assim, o assessor destacou que a atividade leiteira se mostrou mais rentável que o arrendamento de terras na região. “Enquanto o arrendamento gira em torno de R$ 2.400 por hectare, a margem bruta do sistema produtivo alcança cerca de R$ 16 mil por hectare ao ano”, explicou.
Segundo Dias, os números comprovam a eficiência do sistema de produção na remuneração dos pecuaristas. “O resultado mostra que a pecuária de leite segue como uma excelente alternativa de uso da terra na região”, finalizou.
Fonte: Portal do Agronegócio
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