Gestão

Porto de Santos vive momento de expectativa com previsão de safra recorde

Os empresários e trabalhadores ligados às atividades logísticas e portuárias de Santos vivem um momento de muitas expectativas


Publicado em: 19/02/2014 às 17:50hs

Porto de Santos vive momento de expectativa com previsão de safra recorde

As autoridades, também. Essas expectativas se desdobram em vários campos: o comportamento da safra brasileira 2013 / 2014 de grãos; o desenvolvimento das muitas obras estruturantes do sistema viário e rodoviário das cidades da Baixada Santista; a reação do setor de açúcar e álcool à chacoalhada do mercado; o efeito das providências tomadas pela Companhia Docas, prefeituras e governos estadual e federal para minimizar o caos viário e rodoviário no escoamento da safra deste ano e finalmente, o desfecho da pendenga entre Secretaria Especial de Portos e Prefeitura de Santos em torno da operação de grãos no bairro da Ponta da Praia.

A safra vai ser recorde. Não há dúvidas. O calor e a escassez de chuvas, entretanto, reduziram a margem de crescimento em relação à safra 2012 / 2013. Os dados do IBGE chegaram à previsão de 196 milhões de toneladas em dezembro. Agora apontam para menos de 194 milhões. Ainda assim, o crescimento da safra ficará acima de 4% em relação à anterior. Como ainda não houve aumento da capacidade ferroviária, isso significa mais caminhões.

Os megacongestionamentos de caminhões do ano passado na Via Anchieta, na Rodovia Cônego Domenico Rangoni e em Santos, Guarujá e Cubatão acenderam um sinal vermelho. Caos e apagão logístico foram expressões usadas e abusadas para definir a situação. Com safra maior, tendência de agravamento. Pavor. E as prefeituras, o governo estadual e o federal correram atrás de soluções para eliminar gargalos. É um conjunto de intervenções viárias e rodoviárias como há muitas décadas não se via nos acessos ao Porto. Essas obras estão em estágios diversos de andamento. O Veículo Leve sobre Trilhos entre Santos e São Vicente, o Anel Viário que vai substituir o Trevo de Cubatão e o novo acesso aos terminais graneleiros de Guarujá pela Domenico Rangoni estão em obras. A nova entrada de Santos e o túnel entre Santos e Guarujá estão em fase de projeto, E a Via Arterial que vai ligar as indústrias de Cubatão ao distrito da Alemoa, em Santos, está em fase final de estudos. Nenhuma delas fica pronta antes do final do escoamento da safra deste ano.

O governo estimulou investimentos no setor de produção de álcool e depois adotou surpreendentemente uma política de fixação de preços dos combustíveis focando o combate à inflação. Os preços ficaram abaixo da expectativa do mercado. Ninguém sabe o que vai acontecer com esse setor de produção de álcool e açúcar. A crise é brava.

A obrigatoriedade de pré-agendamento dos caminhões graneleiros nos terminais e a passagem também obrigatória por um pátio de estacionamento regulador são as principais providências burocráticas para disciplinar o fluxo neste ano. Nesta semana, em que esse fluxo começa a ganhar corpo, essas medidas vão ser testadas para valer.

E a pendência entre a Prefeitura de Santos, que não quer - e colocou isso em lei - a instalação de novos terminais de granéis na margem direita do Porto, e o governo federal, que quer, tomou o caminho dos tribunais no lugar do diálogo. O desfecho passou a ser imprevisível.