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Países discutem sobre o comércio ilegal de madeira

Em todo o mundo, as florestas estão sendo desmatadas a um ritmo alarmante: mais de cinco milhões de hectares por ano


Publicado em: 20/03/2015 às 15:10hs

Países discutem sobre o comércio ilegal de madeira

Pensando em uma forma de minimizar o impacto que os comércios ilegais de madeira causam, mais de 50 representantes mundiais, se reúnem em Salvador, até o dia 20, no Hotel Pestana, em encontro fechado, para discutir os padrões internacionais e princípios mundiais da certificação florestal, o chamado ISO 19.228.

“Essa norma vai criar um procedimento de certificação a nível mundial. Existem hoje algumas certificadoras voluntarias e a ISO como uma organização mundial, vai criar uma norma que irá regulamentar toda a cadeia produtiva dos produtos com origem de madeira. Com essa norma concluída, o consumidor passara a ter mais segurança ao adquirir um produto que vem com o selo do ISO, por que, assim, ele está garantido que não existe nenhum processo ilegal na produção desse material e que as florestas foram preservadas e mantidas de forma legal, além de ter a reastabilidade de todo produto que ele consome. Esse é um ganho pra sociedade como um todo e para o consumidor cada vez mais consciente, que poderá ter a sua voz de consciência no ato da compra,” explicou a advogada e especialista em direito ambiental, Erica Rusch.

ISO Florestal

O objetivo do ISO 19.228 é reduzir a existência do comercio ilegal de madeira. “Viemos discutir as normas mundiais para a certificação florestal, ou seja, como a madeira vendida ou o produto vindo da madeira pode ser distinguido dos outros por meio de uma qualificação, que não explora o meio ambiente, que não degrada os rios, que faz o trabalho de maneira justa, plantando de maneira sustentável,” contou Jorge Cajazeira, chairman mundial da ISO 19.228 e presidente do Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia(Sindpacel).

Com a norma haverá toda a cadeia produtiva de produtos de origem na madeira passaram a ser rastreados, a partir de todo o processo de produção. “A madeira faz parte da nossa vida, existem os moveis, as casas, os materiais de construção, e a partir da publicação dessa nova norma, o consumidor vai entender que aquele móvel é feito de madeira que não foi extraída de forma ilegal, a sociedade vai poder distinguir sobre um produto feito de maneira sócio ambiental e outro não feito dessa maneira” disse Cajazeira.

O evento, capitaneado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT contou com o apoio do Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão no Estado da Bahia – Sindpacel. As reuniões englobaram debates acerca de temas variados como: manejo florestal, legalidade e procedência da madeira comercializada, inclusão de pequenos produtores no contexto da norma, mecanismos de controle, gerenciamento de fornecedores, entre outros.

De acordo com Cajazeira, a norma será um acordo feito entre empresas que se comprometeram em participar, por isso, não haverá nenhum tipo de punição para aqueles que continuarem com o comércio ilegal. “Não haverá punição, já que a norma é voluntaria, mas quem participar vai obter lucros. O produtor conseguira ter preços melhores, conseguira acessar mercados mais exigentes. Na nossa reunião, estiveram presentes grandes compradores de madeira do mundo todo: Alemanha, Holanda... são locais que compram muito essa matéria prima por que nos seus países suas casas são de madeira, então eles estão atentos pra compra e produção de maneira legal,” explicou o presidente do Sindpacel.

Este terceiro encontro foi uma importante ferramenta de apoio para que as empresas possam atender as legislações e facilitar o comércio entre países do hemisfério sul, tais como o BRICS (Brasil, Rússia, China e África do Sul). As reuniões anteriores ocorreram no ano de 2014 nas cidades de Berlim e Paris, e as próximas estão programadas para ocorrer em Londres (2015) e Estocolmo (2016).

“Já tivemos uma reunião em Berlim, depois em Paris, e agora Salvador, por que a Bahia é um polo nacional de produção e exportação de papel. No extremo sul do estado, nós temos fabricas como a Suzano, a Veracel, a Fibia que atua também na parte florestal, em Salvador, no polo, temos a ABSC, então hoje o estado é o 4º mais importante no Brasil na produção de celulose e madeira,” finalizou Cajazeira.

 

Fonte: Tribuna da Bahia

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