Publicado em: 05/06/2018 às 18:40hs
É por isso que OCB e Sescoop têm participado, há alguns anos, do projeto Fortalecimento do Cooperativismo e Associativismo Rural em Botsuana, desenvolvido pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), com apoio movimento cooperativista verde e amarelo.
Vocação agropecuária - Botsuana é um país do continente africano com altíssima vocação agropecuária e, por isso, a ideia dos governos botsuanês e brasileiro é estimular a organização e estruturação da produção rural do país, utilizando para isso, o modelo das cooperativas agropecuárias do Brasil.
Missão prospectiva - Uma das ações do projeto ocorreu entre os dias 21 e 25 de maio. Trata-se da missão prospectiva em Botsuana, que avaliou os impactos da primeira fase do projeto. Os brasileiros puderam verificar, in loco, como a experiência das cooperativas do Brasil tem contribuído para, de fato, fortalecer a economia botsuanesa. A missão também discutiu os detalhes das próximas etapas do projeto.
Carro-chefe - O setor agrícola em Botsuana é responsável pelo sustento de cerca de 90% da população rural do país. Apesar disso, ele representa, atualmente, apenas 3% do PIB anual, segundo informações do Ministério de Desenvolvimento Agrícola e Segurança Alimentar (MDASA) da nação africana.
Minerais - “A exploração de minerais, como o diamante, ainda é a principal atividade comercial deles e, em meio a essa realidade, o desemprego na área rural, principalmente entre os jovens, tem crescido cada vez mais. Nesse cenário, o cooperativismo pode se tornar uma grande ferramenta de combate ao desemprego e, ainda, de fortalecimento da segurança alimentar no país”, comenta o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Experiência verde e amarela - Com o objetivo de encontrar alternativas e soluções que ajudem a resolver os problemas socioeconômicos e alimentares do país, o governo de Botsuana buscou o apoio técnico do Brasil para o desenvolvimento de um projeto de fortalecimento de seu cooperativismo rural.
Cooperação técnica - A iniciativa se concretizou por meio de um projeto de cooperação técnica, promovida pela ABC e apoiada pelo Sistema OCB, por meio da transferência de conhecimento e organização de cursos de capacitação, envolvendo tanto a doutrina cooperativista quanto a gestão eficiente de cooperativas. Do lado botsuanês, o projeto é conduzido pelo MDASA, em parceria com o Ministério do Investimento, Comércio e Indústria (MITI).
Na prática - A primeira fase do projeto, que durou três anos (2014-2017), promoveu importantes avanços no setor. Após capacitações oferecidas no Brasil e em Botsuana, pelo Sistema OCB, a comunidade rural de Kweneng Norte decidiu fundar uma cooperativa para otimizar a produção e comercialização das hortaliças produzidas na região.
Sociedade Cooperativa de Horticultores - Assim, foi constituída a Sociedade Cooperativa dos Horticultores de Kweneng North, a primeira da região, criada a partir do modelo brasileiro e completamente apoiada pelo Sistema OCB.
Primeiros resultados - Apesar dos poucos meses de funcionamento, os cooperados já começam a ver os primeiros resultados. Recentemente, ganharam uma licitação para fornecer seus produtos ao Ministério da Defesa de Botsuana, assumindo a responsabilidade de prover parte dos alimentos servidos aos soldados do país.
Estímulo - A cooperativa vende também para redes de varejistas e participa de eventos como o “Dia de Mercado”, ação promovida pelo governo local e que reúne diversos outros produtores, suas cooperativas e associações, para a comercialização direta dos produtos.
Contato direto - O evento é destinado tanto a pessoas físicas quanto empresas e instituições públicas e, serve para colocando os produtores em contato direto com o consumidor final. Entre os principais alimentos cultivados nos campos botsuaneses estão: abóbora, acelga, alface, batata, batata doce, beterraba, brócolis, cebola, cenoura, couve, frutas cítricas, melancia, pimenta e tomate.
Caminho certo - Em uma visita a três propriedades de Kweneng North, realizada por uma delegação brasileira da ABC e da OCB, foi possível visualizar o comprometimento dos produtores com o sucesso da prática cooperativista em Botsuana.
Caminho certo - Mesmo diante de grandes desafios como coleta, armazenamento e distribuição apropriada dos alimentos, diversificação de culturas, custo dos insumos e acesso ao mercado, por exemplo, é unânime o sentimento, tanto dos representantes do governo do país africano quanto dos produtores rurais, integrantes do projeto, de que estão no caminho certo.
Desafios e crises - “Ao longo dos quase 120 anos de atividade, as cooperativas brasileiras já passaram por muitos desafios e crises. Tivemos problemas com tecnologia, gestão e normativos legais, por exemplo. Mas, graças ao DNA cooperativista – o trabalho coletivo e a vontade dos cooperados de levar o movimento adiante – temos conseguido trilhar um caminho que nos permite, por conta da experiência centenária do nosso cooperativismo, contribuir com a transformação da realidade de Botsuana. É um prazer e um dever nosso de ajudar a construir, hoje, o futuro que queremos e merecemos”, conclui Márcio Freitas.
Fonte: Informe OCB
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