Este foi o objetivo da missão do Sebrae/MS e da Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense (Copasul), que esteve no oeste catarinense, nessa semana.

Segundo a gerente regional sudeste do Sebrae/MS Neire Colman, a metodologia do Encadeamento Produtivo será implementada em alguns segmentos na regional sudeste pelo Sebrae/MS em parceria com a Copasul. “Como nosso trabalho está no início, gostaríamos de conhecer um projeto que já apresenta resultados. Escolhemos o Encadeamento Produtivo, desenvolvido em Santa Catarina porque sabemos que está bem estruturado, o que torna mais fácil compreender para darmos continuidade ao desenvolvimento de nosso projeto que está em fase de elaboração”.

O vice-presidente da Copasul Yoshihiro Hakamada complementa que, conhecer as ações e os resultados do programa é fundamental para implementar a experiência no Mato Grosso do Sul da melhor forma possível. A intenção é seguir o exemplo e adequar à realidade das propriedades do Estado.

Situada no município de Naviraí, a Copasul foi criada em 1978 por 27 cotonicultores. Atualmente, é composta por mais de 700 cooperados do ramo agropecuário e atende produtores de soja, milho, trigo, sorgo, girassol, aveia e algodão da região sul do Mato Grosso do Sul. São comercializados cereais in natura, algodão em pluma, fios de algodão e insumos agrícolas para plantio e manejo das lavouras, bem como todo suporte técnico de orientação ao produtor associado.

O roteiro incluiu reunião na coordenadoria regional oeste do Sebrae/SC, visita em empresas rurais da região e à Aurora. Na cooperativa, a equipe do Sebrae/MS e da Copasul, acompanhada pelo coordenador regional oeste do Sebrae/SC Enio Albérto Parmeggiani, foi recebida pelo presidente da Aurora Mário Lanznaster, vice-presidente Neivor Canton e pela presidente da Fundação Aury Luiz Bodanese Isabel Cristina Machado.

Além de Neire e Hakamada, também acompanharam a missão a analista do Sebrae/MS Vanessa Pereira Reis, o gerente de divisão administrativa, comercial e financeira da Copasul, Vanderson Wagner Brito da Silva e o encarregado de Segurança do Trabalho, Leandro da Silva Passarinho.

ENCADEAMENTO PRODUTIVO

O Encadeamento Produtivo visa desenvolver e aperfeiçoar as pequenas empresas integradas na cadeia produtiva capitaneada pela Cooperativa Central Aurora Alimentos. Contratualizado em junho de 2014, é destinado às pequenas e médias empresas da cadeia produtiva do agronegócio – rurais e urbanas. A iniciativa é a extensão do Programa de Desenvolvimento de Empreendedores Rurais Cooperativistas, desenvolvido desde 1998 e, que beneficiou mais de 35 mil produtores rurais.

Segundo Canton, os avanços nas propriedades rurais, tanto na manutenção visual quanto na parte organizacional e econômica, são visíveis. Aliado a isso, o resgate da autoestima e a volta de muitos filhos às propriedades, atualmente econômica e socialmente sustentáveis, também estão entre os resultados significativos do projeto.

Parmeggiani complementa que o sucesso da iniciativa é resultado não somente dos investimentos, mas também do compromisso das cooperativas e dos produtores nas atividades desenvolvidas. “Os empresários rurais melhoraram o relacionamento com as cooperativas e perceberam a oportunidade de rever o próprio negócio. Desde o ano passado, o projeto foi estendido às demais empresas da cadeia produtiva do agronegócio rurais e urbanas fornecedoras de insumos das cadeias produtivas de leite, aves e suínos e, por isso, passou a denominar-se Encadeamento Produtivo”, explica.

Canton destaca que o êxito do sistema cooperativista na região tem relação direta com os programas De Olho na Qualidade, QT Rural e Times de Excelência, desenvolvidos por meio do projeto. “A questão de sucessão nas propriedades se desenha bem graças aos programas que fazem com que o produtor saia do estágio de executor para o estágio de gestor”, enfatiza.

As metas do programa incluem beneficiar 2.500 empresas rurais e mais de 400 micro e pequenas empresas urbanas fornecedoras de insumos das cadeias produtivas de leite, aves e suínos. O contrato firmado, em meados de 2014, assegura investimentos de 11,7 milhões de reais no período de quatro anos, ou seja, até 2018, custeados pelo Sebrae (70%), Aurora e parceiros (30%).

COOPERATIVA CENTRAL AURORA ALIMENTOS

Considerada o terceiro maior conglomerado industrial do setor de carnes do Brasil, a Aurora chegou aos 46 anos de fundação com uma marca formidável: tornou-se uma comunidade produtiva formada por mais de 100 mil famílias espalhadas por 500 municípios brasileiros. Nesse cálculo, estão mais de 25.652 colaboradores diretos da Aurora, as 70.670 famílias rurais cooperadas que formam a base produtiva no campo e os 8.951 colaboradores das 13 cooperativas agropecuárias que a constituem, totalizando 105.279 famílias.

Segundo Lanznaster, as últimas décadas são marcadas por expansão da cooperativa que obteve, em 2014, o maior faturamento e o melhor resultado líquido de seus 45 anos de história: com crescimento de 18%, a receita operacional bruta chegou a 6,7 bilhões de reais, enquanto as sobras inflaram 38% e atingiram 417,9 milhões de reais. Com uma margem líquida de 6,83%, a cooperativa respondeu por um dos melhores desempenhos do mercado brasileiro de proteína animal. A receita total foi 80% dela obtida no mercado doméstico e 20% no mercado internacional. “Obtivemos esses resultados com muita disciplina, comprometimento e esforço para cumprir as metas”, observa Lanznaster.