Publicado em: 19/08/2013 às 08:30hs
Em seu discurso, a senadora fez questão de destacar que a pecuária do país foi construída sem verbas públicas, diferentemente da JBS Friboi. O grupo conseguiu financiamento da ordem de R$ 7 bilhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), recursos que, na avaliação de Kátia Abreu, poderiam ajudar pequenas e médias empresas frigoríficas que passam por dificuldades.
Como conhecedora da realidade da pecuária brasileira, ela fez questão de esclarecer que o Brasil não possui apenas uma marca boa de carne. “Temos centenas”, afirmou, destacando que a JBS Friboi se apropriou da marca de inspeção federal – o SIF – , como se fosse o único frigorífico brasileiro certificado nacionalmente pelo ministério da Agricultura. Não é.
“Outros 209 frigoríficos do Brasil passaram pelo mesmo processo de inspeção e certificação, têm o mesmo SIF que essa tal marca JBS, que diz que só ela tem”, explicou a presidente da CNA. Em seguida, advertiu que é preciso ter “cuidado e cautela para não praticar marketing enganoso”. Segundo ela, todos aplaudimos o sucesso das empresas “ Mas nós não queremos um mercado e um capitalismo destrutivos”, completou.
Além do governo federal, o serviço de inspeção também pode ser realizado por órgãos estaduais e municipais. As boas práticas dos pecuaristas, aliadas a esta fiscalização, garantem a qualidade da carne brasileira. Cerca de 70% da produção nacional são consumidos pelo mercado interno. Mesmo exportando apenas 30% do que produz, o Brasil é, hoje, o maior exportador mundial de carne.
Para a senadora, a campanha do JBS Friboi “deprecia o carimbo brasileiro de inspeção”, atitude que pode, inclusive, prejudicar a imagem positiva da nossa carne nos mercados. “O produto brasileiro é admirado no mundo inteiro, porque nossos animais não são criados em currais, comendo ração. O boi brasileiro é verde, criado solto nos pastos”, afirmou.
Segundo a senadora, foi com grande esforço que os pecuaristas conseguiram trazer a genética da Índia e aprimorá-la, para ofertar aos mercados nacional e mundial carne mais barata e de excelente qualidade. “Na França, o consumidor paga até quatro vezes mais do que se paga aqui por um quilo de filé, porque a nossa carne é competitiva”, frisou.
Ao final, a presidente da CNA afirmou que já solicitou uma audiência com a presidente da República, Dilma Rousseff, para tratar da questão dos financiamentos para pequenos e médios frigoríficos representados pela Associação Brasileira dos Frigoríficos (ABRAFRIGO).
Fonte: Assessoria de Comunicação da CNA
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