Ontem, a Pilgrim's Pride, pertencente ao grupo JBS, fez uma oferta hostil por 100% da também americana Hillshire Brands, uma das líderes no mercado de alimentos processados a base de carnes nos Estados Unidos.

Após adquirir, no ano passado, a Seara e a Zenda, da Marfrig, a JBS passou a trabalhar com a expectativa de receita líquida de R$ 120 bilhões neste ano. A partir da incorporação da Hillshire, o faturamento anual subirá para a casa dos R$ 130 bilhões. A JBS começou com uma planta de processamento de cinco cabeças de gado por dia, em 1953, em Anápolis (GO). Analistas lembram que, pelo menos até agora, a empresa é a única "campeã nacional" turbinada com recursos do governo que vingou.

O valor da proposta feita pela Pilgrim's à Hillshire chega a US$ 6,4 bilhões, equivalente a US$ 45 por ação da companhia, o que representa um prêmio de 25% sobre o preço médio do papel na Bolsa de Nova York. Ontem, após o anúncio da proposta, as ações da Hillshire subiram 22,4%.

A Hillshire Brands tem uma receita anual de US$ 4 bilhões e cerca de 9 mil empregados. Baseada em Chicago, a companhia tem em seu portfólio marcas como Jimmy Dean, Ball Park, Hillshire Farms, State Fair, Sara Lee, Aidells e Gallo Salame. A JBS não comentou a oferta, mas em comunicado à CVM observou que ela "está alinhada com a estratégia global de reforçar sua presença no segmento de produtos de valor agregado, com marcas líderes em seus mercados, que ofereçam conveniência e praticidade aos seus consumidores".

Se a operação for concluída, o índice de dívida líquida/Ebitda da JBS ficará em 4,1 vezes. Até o fim do ano, a brasileira espera reduzir essa alavancagem para 3,25 e, no médio prazo, para 2,5. A expectativa é que a compra seja concluída no terceiro trimestre deste ano.