Publicado em: 11/10/2024 às 10:35hs
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (10/10), um estudo que apresenta uma metodologia inédita voltada à divulgação segura dos resultados estatísticos do Censo Agropecuário 2017. O objetivo principal da nova abordagem é possibilitar o uso dos dados em qualquer recorte geográfico, sem comprometer o sigilo dos informantes e das informações fornecidas por eles.
A publicação, intitulada "Unidades Geográficas de Confidencialidade do Censo Agropecuário 2017", detalha uma técnica de agregação de dados em que o microdado analisado não é mais um único estabelecimento agropecuário, mas sim um grupo de no mínimo 10 estabelecimentos. Segundo o IBGE, essa estratégia preserva a integridade das informações e garante que a distribuição espacial dos estabelecimentos agropecuários brasileiros seja respeitada.
De acordo com Maurício Silva, geógrafo do IBGE, a metodologia agrupa os estabelecimentos com base em contextos comuns, como aqueles localizados em uma mesma Unidade de Conservação ou próximos a uma barragem ou rodovia. "Esses agrupamentos seguem a lógica territorial do Brasil, permitindo que os dados reflitam a realidade geográfica sem comprometer a confidencialidade", explicou Silva.
Ele também mencionou que iniciativas semelhantes são adotadas em outros países, como o Reino Unido, embora com metodologias distintas. No caso brasileiro, foi dada especial atenção à semântica espacial do território, assegurando que os agrupamentos respeitem a realidade territorial dos estabelecimentos agropecuários.
O novo método permitirá ao IBGE atender de maneira mais eficaz às demandas de instituições e pesquisadores por dados em recortes geográficos específicos, sem comprometer o sigilo das informações. A metodologia também segue rigorosamente as normas internacionais de confidencialidade estatística e a legislação nacional que protege o sigilo dos dados pessoais.
Um dos principais desafios enfrentados na divulgação de dados é o problema da “diferenciação geográfica”, que ocorre quando diferentes recortes espaciais sobrepõem-se e facilitam a individualização dos dados. As Unidades Geográficas de Confidencialidade (UGCs) desenvolvidas para o Censo Agropecuário 2017 resolvem esse problema, permitindo a divulgação de dados agregados de maneira segura e ampliando o acesso a análises detalhadas para os usuários.
Silva acrescentou que o IBGE já planeja utilizar as UGCs em outras pesquisas, como o Censo Demográfico de 2022 e o próximo Censo Agropecuário. O avanço promete oferecer dados mais precisos e acessíveis, sem comprometer a privacidade dos informantes, fortalecendo ainda mais a capacidade de análise e pesquisa no Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
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