Publicado em: 06/08/2025 às 10:55hs
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou nesta segunda-feira (5) que terá uma conversa virtual com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, na próxima quarta-feira. O encontro tratará da tarifa de 50% imposta pelos EUA a uma série de produtos brasileiros, que entra em vigor hoje.
“Recebemos uma resposta, enfim, e temos hora e local para a conversa”, afirmou Haddad, destacando que o diálogo poderá se desdobrar em reuniões presenciais futuras.
Haddad defendeu a normalização das relações comerciais entre os dois países e criticou as tarifas aplicadas. Segundo ele, mesmo uma taxa de 10% já seria inadequada, considerando a relação deficitária da América do Sul com os Estados Unidos.
“Somos um bloco econômico. O Brasil não pode ser tratado de forma diferenciada”, reforçou o ministro.
O ministro também informou que o plano de contingência do governo, voltado especialmente aos produtores brasileiros afetados pelas tarifas, será finalizado e encaminhado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda hoje.
De acordo com Haddad, o texto está praticamente concluído, restando apenas ajustes finais. Ele explicou que caberá ao presidente definir o momento mais adequado para o anúncio das medidas.
“O plano será detalhado e atenderá ao pequeno produtor que não tem alternativas de mercado aos Estados Unidos”, declarou. Entre as ações previstas, estão compras públicas de produtos, e a expectativa é de que o pacote seja apresentado por meio de uma Medida Provisória.
Haddad voltou a criticar o papel da extrema-direita brasileira nas negociações com os Estados Unidos. Segundo ele, uma entrevista concedida por Eduardo Bolsonaro, em que o deputado afirma que pretende dificultar um possível acordo, comprova a tentativa de interferência.
“A família Bolsonaro segue atrapalhando as negociações. Essa mistura entre política e economia está atrapalhando. Temos que separar a questão política. Isso não faz parte do Executivo”, disse o ministro, ressaltando que o presidente Lula está comprometido com a defesa da soberania nacional e da legalidade.
O ministro fez um apelo à união de diferentes setores da sociedade para enfrentar o impacto das medidas impostas pelos EUA. Ele pediu que governadores que têm influência sobre setores da extrema-direita ajam para cessar as obstruções.
“Governadores não podem fingir que nada está acontecendo. Precisam pegar o telefone e pedir para a oposição parar de atrapalhar o país”, declarou.
Haddad também solicitou o engajamento do setor empresarial, defendendo uma articulação conjunta entre governo, empresários e líderes políticos.
“O governo vai fazer a parte dele, mas precisamos de uma ação coordenada”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias