Publicado em: 06/11/2025 às 10:20hs
A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) afirmou que os recursos liberados pela Medida Provisória (MP) 1314/2025 não são suficientes para atender à demanda de produtores rurais endividados no estado. Segundo levantamento da entidade, apenas 20% das dívidas rurais estão sendo contempladas pelos recursos do BNDES, o que representa uma cobertura limitada diante do cenário crítico do agronegócio gaúcho.
O tema foi discutido nesta terça-feira (4), em uma reunião realizada na sede da Farsul, que contou com a participação de representantes do Banco do Brasil, Banrisul, Sicredi e Sicoob. As instituições analisaram o andamento das operações, as dificuldades enfrentadas no estado e a necessidade de ajustes nas políticas de crédito.
De acordo com o economista-chefe da Farsul, Antonio da Luz, os R$ 12 bilhões liberados via BNDES são destinados a todo o país, e não exclusivamente ao Rio Grande do Sul. Com base em dados coletados junto às instituições financeiras, ele afirmou que a linha de crédito cobre apenas 20% da demanda elegível no estado.
“De cada R$ 5 de dívida rural, apenas R$ 1 é atendido. A limitação dos recursos deixa grande parte dos produtores sem acesso ao refinanciamento necessário”, explicou o economista.
Além da escassez de recursos, a Farsul critica o excesso de regulação para acesso ao crédito. O economista apontou que as normas complexas e frequentemente alteradas dificultam a adesão dos produtores.
“Há um excesso de formulismo. As regras mudam com frequência, e o produtor muitas vezes deixa de se enquadrar de uma semana para outra. Isso cria insegurança e retarda a aplicação dos recursos”, destacou Antonio da Luz.
O presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, afirmou que a entidade reconhece o esforço das instituições financeiras, mas considera essencial que o governo amplie os valores destinados ao estado e reduza a burocracia.
“Sempre buscamos o equilíbrio e o que é exequível. O cenário de endividamento não interessa a ninguém — nem ao produtor, nem ao sistema financeiro. É preciso cooperar para reverter esse quadro”, afirmou Pereira.
A Farsul defende duas ações principais para aliviar a crise financeira do setor:
A federação reforça que a falta de crédito suficiente e as dificuldades operacionais têm comprometido a capacidade de recuperação da produção no estado, já afetada por perdas climáticas e dívidas acumuladas. Para a entidade, sem reforço financeiro e ajustes nas regras, o endividamento tende a se agravar, impactando diretamente a economia rural gaúcha.
Fonte: Portal do Agronegócio
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