Mato Grosso do Sul já registrou 525 focos de incêndios ao longo deste ano, ocupando a quarta posição no ranking nacional de registros de queimadas. Os dados são do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e foram apresentados nesta segunda-feira (28) durante o lançamento da Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul).

No ranking de incêndios do Ibama verifica-se que em primeiro lugar está o Estado de Mato Grosso, com 1970 focos em 2014; em segundo lugar, com 1232 registros ficou Roraima e, em terceira posição, com 562 números de queimadas, ficou o Estado da Bahia. Em 2013, foram contabilizados 3.565 casos no Estado de Mato Grosso do Sul.

Durante o lançamento da Campanha, o presidente do Sistema Famasul, Eduardo Riedel, enfatizou o avanço do agronegócio na preservação do meio ambiente. "Antes os assuntos produção e preservação eram paradoxos, hoje estão relacionados. Atualmente, a produção com tecnologias trabalha com sustentabilidade, demonstrando a evolução do agronegócio brasileiro", ressaltou Riedel, ao destacar que no ano passado 611 pessoas foram capacitadas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS) no Curso Prevenção e Combate a Incêndios Florestais. A meta para 2014 é a realização de 52 capacitações, com 15 participantes cada.

O presidente do Ibama, Volney Zanardi, também salientou que há evolução do preservação do meio ambiente no Brasil, afirmando que as emissões de gás carbônico aqui são equivalentes ao que ocorre no Reino Unido e reforçou o objetivo da Campanha. "Os incêndios afetam a agricultura, a área urbana, inclusive a saúde humana. Precisamos trabalhar na mudança da cultura e para isso a ação nas escolas é fundamental".

Para o diretor geral da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore/MS), Benedito Mário Lázaro, a situação de MS é alarmante e o cenário pode mudar com ações de conscientização. Entre as causas, 85% devem-se ao fator humano como pontas de cigarro jogadas nas rodovias e lixo domiciliar queimado, que provocam o fogo".

A Campanha conta com uma ação direcionada às escolas denominada Florestinha, organizada pela Polícia Militar Ambiental, em que um teatro infantil com uso de fantoches mostra às crianças os prejuízos da queimada à fauna nativa.