Publicado em: 03/09/2025 às 12:30hs
A Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) é uma das poucas instituições públicas do país a disponibilizar gratuitamente mapeamentos de uso da terra realizados com geotecnologias, como o sensoriamento remoto. O trabalho é desenvolvido há mais de 20 anos pelo Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (Epagri/Ciram) e já mapeou culturas como maçã, banana, arroz e uvas viníferas. Atualmente, a equipe concentra esforços no levantamento dos campos nativos da Serra Catarinense.
Mapa das culturas agrícolas mapeadas pela Epagri/Ciram.
Os resultados são aplicados em relatórios técnicos, painéis interativos e plataformas online, o que garante transparência na gestão dos dados produzidos com recursos públicos. Os mapas podem ser consultados pelo público no Geoportal da Epagri e também no site Agroconnect, na aba de Atividades Agropecuárias.
Segundo o pesquisador Kleber Trabaquini, especialista em sensoriamento remoto, a Epagri/Ciram se consolidou nos últimos anos como referência em mapeamentos de uso do solo em Santa Catarina. “O trabalho contribui de forma estratégica para o planejamento e o monitoramento da agricultura catarinense”, destacou.
A instituição utiliza imagens de satélite de alta resolução e ferramentas de geoprocessamento para produzir dados mais precisos. Esses levantamentos apoiam tanto a formulação de políticas públicas quanto a tomada de decisão dos agricultores. Para isso, conta com uma equipe multidisciplinar formada por profissionais das áreas de geografia, agronomia, biologia, cartografia e computação, incluindo mestres e doutores em sensoriamento remoto.
O sensoriamento remoto permite acompanhar, em larga escala, a expansão ou redução de culturas agrícolas, além de fornecer informações estratégicas para decisões no campo. Diferente dos métodos tradicionais, que dependem de censos e visitas presenciais, essa tecnologia gera dados mais amplos, atualizados e frequentes, reduzindo custos e aumentando a confiabilidade das estimativas — especialmente em questões de segurança alimentar.
Os mapeamentos também são fundamentais em processos de Indicação Geográfica (IGs), que certificam produtos com características únicas relacionadas ao território e saber-fazer local. Exemplos já reconhecidos são o Queijo Serrano, o Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro e a Maçã Fuji da Região de São Joaquim, todos com participação ativa da Epagri no fornecimento de dados orbitais e análises específicas.
Entre as iniciativas mais recentes, está o mapeamento das pastagens nativas e cultivadas, que utiliza dados espectrais de satélites para mensurar a biomassa presente na vegetação. Além de avaliar áreas cultivadas, a Epagri também investiga práticas como o plantio direto e a intensidade de uso do solo, gerando informações estratégicas para o fortalecimento das cadeias produtivas catarinenses.
Fonte: Portal do Agronegócio
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