Publicado em: 03/07/2014 às 09:10hs
As empresas brasileiras estão aproveitando o momento favorável do mercado de renda fixa externo para estruturar operações de gestão de passivos, com o objetivo de pagar dívidas ou reduzir o custo delas. Algumas estão sendo bem sucedidas, como a Odebrecht Finance, que fechou uma captação externa e agora está recomprando bônus antigos. Outras, contudo, estão tendo que repensar suas operações - caso da produtora de carne de frango Globoaves, que adiou uma captação.
A Odebrecht Finance levantou US$ 500 milhões com a emissão de bônus com vencimento em 2029 na semana passada e agora está usando os recursos da operação para recomprar bônus antigos, que vencem em 2020, 2022 e 2023. Segundo uma fonte, a adesão dos investidores à recompra acumulava US$ 486 milhões até ontem. O dado é preliminar, já que a operação ainda não foi encerrada.
A Klabin Finance é outra que está estruturando uma operação de gestão de passivos. A companhia planeja emitir US$ 500 milhões em bônus que vencem em 2024 e, com os recursos, pretende alongar o perfil de vencimento da dívida.
Nem todas as empresas, contudo, conseguiram lançar seus bônus nos termos pretendidos. A Globoaves, por exemplo, adiou uma captação após os investidores terem exigido uma taxa de retorno mais alta que a oferecida inicialmente, segundo fontes que acompanham a oferta. A intenção era emitir US$ 200 milhões em bônus com prazo de cinco anos e retorno de 11,5% ao ano e usar os recursos para pagar dívidas de curto prazo.
Pessoas próximas à operação afirmam que a demanda pelos bônus da Globoaves atingiu metade do valor almejado para a oferta. "Era uma operação muito difícil", afirmou uma fonte, citando o porte da empresa, que é pequeno em relação às concorrentes, e seu perfil financeiro mais arriscado. A agência de classificação de risco Fitch Ratings havia afirmado que a baixa flexibilidade financeira e o alto risco de financiamento poderiam fazer com que a companhia não conseguisse lançar os títulos.
Procurada, a Globoaves negou que tenha "encerrado" os planos de captar no mercado de dívida internacional e disse que as negociações para a emissão de US$ 200 milhões em bônus continuam. Segundo um porta-voz da empresa, a diretoria "fará ajustes" nas condições propostas para a oferta e prosseguirá com a operação, mas não deu um prazo para a conclusão da captação. "As condições podem variar, mas as negociações seguem em curso. Existem potenciais investidores".
Fonte: Avisite
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