Gestão

Embrapa e parceiros fortalecem Programa Soja Livre

A Abrange, a Aprosoja/MT e a Embrapa estão fortalecendo a parceria para o prosseguimento das ações do Programa Soja Livre (PSL)


Publicado em: 15/10/2013 às 09:10hs

Embrapa e parceiros fortalecem Programa Soja Livre

A a Associação Brasileira dos Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja/MT) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, estão fortalecendo a parceria para o prosseguimento das ações do Programa Soja Livre (PSL). Os entendimentos para maior integração entre as instituições foram firmados durante reunião na Sede da Embrapa, no último dia nove, da qual participaram, além dos presidentes das instituições privadas, Cesar Borges de Sousa, da Abrange e Carlos Henrique Fávero, da Aprosoja, o Diretor-Executivo de P&D da Embrapa, Ladislau Martin Neto, o Gerente-Geral da Embrapa Produtos e Mercado, Frederico Ozanan Machado Durães, o Chefe Geral da Embrapa Soja, Alexandre José Catellan, o Diretor Administrativo da Aprosoja, Roger Augusto Rodrigues e o Gerente Adjunto de Mercado da Embrapa Produtos e Mercado, Rafael Vivian.

O Programa Soja Livre, do qual participam diversas instituições, surgiu em 2009 para suprir as necessidades dos produtores que buscavam mais opções e maior diversidade de cultivares convencionais de soja, dando ao mercado mais alternativas de produtos e ao produtor maior liberdade de escolha no estabelecimento de seu cultivo.

Segundo Frederico Durães, o agronegócio brasileiro está demandando insumos diversificados, que auxiliem o produtor rural na busca do atendimento aos consumidores mais exigentes e exclusivos, possibilitando maiores volumes de negócios. Por isso, a Embrapa, como a instituição líder no mercado brasileiro de soja convencional, participa do Programa Soja Livre disponibilizando ao produtor as cultivares convencionais da Empresa. Ele explica que hoje são mais de 35 cultivares comerciais da Embrapa disponíveis, que podem ser cultivadas em quase todas as regiões brasileiras e que atendem plenamente os objetivos do Programa. Para Durães, o fortalecimento da parceria com a Abranje e a Aprosoja para a consolidação do Programa Soja Livre trará muitos resultados positivos para o produtor de soja, permitindo que estes agricultores tenham mais e melhores alternativas para a sustentabilidade do sistema produtivo e o fortalecimento do agronegócio brasileiro.

Cesar Borges de Souza, presidente da Abrange, acredita que este alinhamento das três instituições participantes do Programa Soja Livre é excepcionalmente importante pois traz força a este grupo, que representa os produtores agrícolas, as indústrias e a pesquisa. “Esse alinhamento vai fazer com que o Programa seja ainda mais importante do que já é, dando sinais claros de união aos compradores internacionais – especialmente alemães, japoneses e chineses-, que têm vindo ultimamente nos procurar para novos negócios”, finaliza.

Carlos Fávero, presidente da Aprosoja acredita que o Programa Soja Livre poderá auxiliar os parceiros privados na disponibilização de material no mercado e, também, ajudar a Embrapa na realização de novas pesquisas.

Para o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Cattelan, a parceria entre a pesquisa, os produtores de grãos e as tradings - que comercializam - resulta em uma grande sinergia entre os principais elos da cadeia produtiva.  “Isso é fundamental neste momento em que a demanda do mercado está crescendo e apenas o Brasil consegue suprir com soja convencional segregada, ou seja, um grão cuja pureza é garantida”, destaca. “Tanto é que os prêmios têm aumentado a cada safra, porque a demanda continua e a oferta mundial tem diminuído”, finaliza.

Mercado da soja

A soja representa para o Brasil uma das principais commodities agrícolas. O país é o maior produtor mundial deste grão, com um valor bruto de produção de mais de R$ 80 bilhões e um mercado que envolve diversos setores da economia nacional e internacional. Além do grão exportado, muitos dos seus derivados e subprodutos são responsáveis pela movimentação de inúmeros elos da cadeia produtiva, envolvendo trades, indústrias de alimentos, empresas de consultoria e prestação de serviços, etc. A soja é usada tanto na alimentação humana quanto animal.

Com a facilidade de adoção e avanço tecnológico da soja transgênica, ou RR (Roundup Ready), a soja convencional passou a ser um nicho de mercado e poucas empresas brasileiras continuaram com programas de melhoramento vegetal para esse tipo de produto. A Embrapa continua fortalecendo sua pesquisa para esse mercado para abastecer a demanda nacional e internacional. Atualmente, a soja convencional representa 11% dos produtores de soja do Brasil e 23% dos produtores do Estado do Mato Grosso.

O mercado mundial de convencionais tem um apelo forte para as empresas com foco em produtos orgânicos ou que usam a soja convencional para produção de leite e derivados do grão, especialmente para alimentos de bebês e crianças. A movimentação política internacional para descrição e rotulagem de grãos geneticamente modificados (GM), bem como novas demandas legais da comunidade europeia, estimularam o aumento da procura por materiais convencionais, o que tornou a semente de soja convencional bastante atrativa para o mercado brasileiro e mundial. O mercado de soja convencional, devido ao aumento na demanda, passou a valorizar a sua produção com o pagamento de prêmio ao produtor. Hoje, o produtor de soja convencional recebe um diferencial médio de US$ 2,5 a saca de soja produzida. Essa diferença positiva para o produtor tem estimulado a demanda por sementes convencionais, chamando a atenção até mesmo de empresas que não trabalhavam com esse mercado anteriormente.

Fonte: EMBRAPA

◄ Leia outras notícias