Publicado em: 12/09/2013 às 15:00hs
A Associação Brasileira da Indústria de Café – ABIC, que representa as empresas de café responsáveis por 75% do produto consumido no País, repudia a matéria veiculada no dia 5 de setembro no programa “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, com uma equipe de pesquisadores da EMBRAPA AGROINDÚSTRIA ALIMENTOS, que sugeriu, irresponsavelmente, que 95% dos cafés produzidos contêm impurezas, a partir da análise de apenas 12 marcas.
Essa informação, além de ser inverídica, atenta contra os interesses dos consumidores, que indicam, como apurado pelo próprio IBGE, na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2011, que o alimento mais ingerido no País é o café, produto que liderou o ranking da média de consumo diário per capita dos itens avaliados.
A informação divulgada pelos representantes da EMBRAPA AGROINDÚSTRIA DE ALIMENTOS baseou-se em resultados de pesquisas ainda não concluídas, não passando de experimentação sujeita ainda à realização de centenas de testes e verificações para assegurar as necessárias validação e confiabilidade que toda pesquisa científica necessita ter, sem o que nenhuma metodologia pode ser considerada confiável.
Note-se que a extensão da pesquisa se limitou apenas a 12 marcas, numa nação que possui mais de 2.500, dando a falsa impressão de que o problema é generalizado. Isso é de uma irresponsabilidade inadmissível para com os consumidores e com a ABIC, uma vez que:
- A ABIC mantém desde 1989 o seu programa Selo de Pureza, cujo objetivo é impedir e reduzir a fraude e as impurezas no café. Mais de 55.000 amostras já foram analisadas pelo Selo de Pureza desde sua criação, sendo o programa um exemplo mundial, recomendado pela própria Organização Internacional do Café – OIC.
- O programa Selo de Pureza coleta e analisa cerca de 3.000 amostras de café por ano, coletadas nas prateleiras dos estabelecimentos, analisadas em quatro laboratórios treinados e credenciados, e não encontra mais do que 3% de impurezas em todo o café produzido. É o primeiro programa de certificação de qualidade de alimentos lançado no Brasil.
- O programa e a preservação da pureza foram responsáveis pelo grande crescimento do consumo interno de café, que triplicou nos últimos 15 anos, ajudando a gerar trabalho e renda no campo e fazendo do Brasil o segundo maior mercado mundial da bebida, inclusive com cafés de alta qualidade sendo amplamente oferecidos ao público em todo o País.
Por fim, a ABIC considera que o setor possui responsabilidade e maturidade su‑ cientes para conduzir, voluntariamente, uma ampliação do seu Programa de Autorregulamentação da Pureza do Café, de modo a reforçar, ainda mais, a pureza e a qualidade do café, em respeito aos consumidores brasileiros.
Associação Brasileira da Indústria de Café - ABIC
Nota da Embrapa Agroindústria de Alimentos:
NOTA
A Embrapa Agroindústria de Alimentos (Guaratiba, RJ), tendo em vista dúvidas e questionamentos referentes ao conteúdo de reportagem veiculada no programa “Bom Dia Brasil”, da Rede Globo, no dia 5 de setembro, que aborda a qualidade do café consumido no Brasil, esclarece que:
1. O Programa de Autorregulamentação da Pureza do Café (Selo da Pureza) mantido pela ABIC garante a pureza do café consumido pela população brasileira que utiliza produtos de origem certificada.
2. A Embrapa faz todos os esforços para aprimorar a qualidade do café consumido no Brasil. Neste sentido, mantém parceria com a ABIC para o desenvolvimento de novas tecnologias para apoiar o programa de certificação da qualidade do café, especialmente o desenvolvido pela ABIC. A nova metodologia é parte desse esforço e está sendo testada de maneira a ser útil para o aperfeiçoamento da qualidade do café brasileiro.
3. A metodologia apresentada na reportagem busca oferecer um método rápido, sensível e específico para detecção de possíveis impurezas do café torrado e moído.
4. Por estarem em desenvolvimento, os resultados do novo método de análise não são conclusivos.
5. As 12 amostras testadas pela Embrapa Agroindústria de Alimentos tinham origem em café torrado e moído SEM selo de pureza da ABIC - Associação Brasileira da Indústria do Café. Assim, o conjunto de amostras, em nenhuma hipótese, representa o café consumido no Brasil.
6. O número de amostras analisadas do tipo "comum" é pequeno, não sendo representativo da situação dos cafés comerciais.
Fonte: Assessoria de Imprensa da ABIC
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