Publicado em: 14/06/2024 às 11:05hs
Nesta quarta-feira (12), Campos Novos foi o palco do segundo painel do Projeto Campo Futuro 2024 em Santa Catarina, voltado para o levantamento dos custos de produção de grãos como soja, milho de primeira safra e trigo. A iniciativa, promovida pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), contou com o apoio do Sistema Faesc/Senar e dos Sindicatos Rurais.
Realizado de forma híbrida, o evento reuniu produtores rurais, técnicos da CNA e do Sistema Faesc/Senar, dirigentes de Sindicatos Rurais, representantes do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA-Esalq/USP) e membros das cadeias produtivas envolvidas.
Na abertura, Luiz Sérgio Gris Filho, presidente do Sindicato de Produtores Rurais de Campos Novos, destacou a importância do projeto na geração de informações estratégicas para o setor rural. Ele enfatizou que, nos últimos anos, a iniciativa tem sido crucial para a compreensão dos custos que mais impactam os resultados financeiros dos produtores, facilitando a tomada de decisões e o gerenciamento dos negócios.
Tiago Pereira, assessor técnico da CNA, detalhou que a safra 2023/24 em Campos Novos foi especialmente desafiadora. "A combinação de baixas produtividades devido ao clima adverso e preços pouco atrativos resultou em uma temporada difícil para soja, milho e trigo", explicou.
Para a soja, as produtividades ficaram bem abaixo do esperado, com médias que não ultrapassaram 60 sacas por hectare. O milho também apresentou uma quebra significativa, com rendimentos de cerca de 130 sacas/ha, 20 sacas/ha a menos que na temporada anterior. O trigo sofreu ainda mais, com uma redução de 42% nas produtividades, girando em torno de 35 sacas/ha.
Além das baixas produtividades, os preços das commodities agrícolas sofreram quedas acentuadas. Os preços médios para a soja caíram 12%, para o milho 5%, e para o trigo, a queda foi de 48%. "Esses fatores resultaram em margens achatadas, pressionando ainda mais os agricultores que já enfrentam desafios climáticos e econômicos das safras anteriores. Essa conjuntura adversa exigirá uma gestão ainda mais eficiente e a busca por alternativas que possam mitigar os impactos negativos", avaliou Pereira.
José Zeferino Pedrozo, presidente do Sistema Faesc/Senar, ressaltou que o Campo Futuro tem cumprido bem seu papel ao gerar dados precisos e de qualidade sobre os custos de produção das principais atividades agropecuárias em Santa Catarina e em todo o país. "Dessa forma, o produtor tem maior controle sobre as despesas e investimentos, e nós podemos trabalhar políticas públicas que beneficiem a agropecuária", afirmou.
Além dos painéis realizados em Xanxerê e Campos Novos, estão programados, até agosto, painéis do Campo Futuro nos municípios de Araranguá (arroz), Seara (suinocultura), Chapecó, Canoinhas e Itapiranga (frango de corte) e São Joaquim (maçã).
Com base nos dados levantados e no acompanhamento mensal de custos, a CNA tem atuado junto ao poder público para propor medidas visando evitar a elevação de custos, melhorar ferramentas de seguro e ampliar o acesso ao crédito, entre outras iniciativas. Os levantamentos de custos de 31 atividades agropecuárias ocorrerão até agosto em todo o país, por meio de painéis realizados em 20 estados e 119 municípios, em parceria com federações estaduais, produtores, sindicatos rurais, universidades e centros de pesquisa.
Fonte: Portal do Agronegócio
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