Pesquisa realizada pela Fesa, maior empresa de recrutamento de executivos da América Latina, levantou o atual perfil da demanda de executivos para atuarem no setor de agronegócio brasileiro. O levantamento considerou 23 empresas, entre multinacionais e companhias brasileiras, com faturamento de até 20 bilhões de reais.

Os dados mostram que existe uma grande movimentação do mercado, e como consequência a área de Vendas é a que tem se mostrado mais promissora.  No primeiro semestre de 2012, foi em Vendas o maior número de contratações em 40% das empresas consultadas e, para 2013, 46% das companhias afirmam que esta continuará sendo a área com maior crescimento. 

Apagão de talentos

Desafio do mercado de trabalho brasileiro, o apagão de talentos também atinge o agronegócio, que contorna este entrave buscando executivos em outros mercados. A pesquisa registrou que 21% das empresas consultadas fazem buscas na indústria de TI/Telecom, enquanto 19% olham para o setor de mineração e 17% recrutam na indústria de bens de consumo ou no mercado financeiro. Infraestrutura também é um segmento procurado, foco de 15% das empresas que participaram da pesquisa.

Os diretores agrícolas, cargos mais técnicos, são em sua maioria especialistas de mercado. O levantamento constatou que 50% das empresas participantes têm, nestes cargos, executivos que atuam no setor de agronegócios há mais de 20 anos. Outros 25% preencheram essas vagas com executivos há pelo menos 16 anos no mercado. A dinâmica é a mesma em se tratando de CEOs.

Desafios do setor

Mais do que a especialização ou qualificação técnica, as posições de nível executivo esbarram em outros entraves como a habilidade em gestão e questões comportamentais. Perguntadas sobre as competências mais difíceis de serem encontradas, 59% responderam a habilidade em gestão, 33% citaram questões comportamentais e 8% acreditam ser a capacitação técnica. Com isso, a dificuldade em contratar gerentes de nível médio e alto potencial aparece em 42% das respostas, enquanto gestores seniores aparecem no desafio de 26% das empresas.

Quando a avaliação é feita por área de atuação, aquelas que sofrem maior dificuldade de contratação são as áreas técnicas (25%), financeira (20%), vendas (18%) e de suprimentos (14%).