Os agricultores mato-grossenses já se preocupam com a safra 14/15 de soja, que teve o custo elevado em 14,1% em relação a este ciclo (13/14), devendo cada hectare custar na prática, R$ 2,6 mil. No boletim divulgado ontem, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) apontou entre os fatores, insumos e custos fixos, que registraram 16,5% e 17,08% de alta, respectivamente.

Segundo o instituto, “nos insumos, dois produtos merecem uma atenção especial. A semente teve elevação de 46,4%, chegando próximo de R$ 200/ha, com a maior relação de grãos por semente dos últimos cinco anos. Outro produto que ajudou na elevação foi o inseticida, que se elevou 92% e hoje já representa mais de 10% do custo total da lavoura”.

De acordo com a entidade, “nos custos fixos, o destaque vai para o custo da terra, que teve elevação de 23,6%. Se for considerado o custo total de produção da safra 2013/14 com a nova produtividade do Imea de 54 sacas/ha, terá um custo de R$ 43,47/sc. Porém, com esse mesmo cenário considerando o custo de produção da safra 2014/15, o produtor tem um custo de R$ 49,59/saca. Além desta elevação no custo, o preço em Chicago demonstra uma desvalorização de 15,1% entre os contratos com vencimento março/2014 para março/2015”.

Conforme o Imea, “desta forma, a diminuição na margem pode vir dos dois lados e somar quase 30%, fica a expectativa de uma mudança de cenário para que melhore a estimativa de resultados para próxima safra”.

Nesta safra dos pouco mais de 8,3 milhões de hectares cultivados com soja em Mato Grosso no ciclo 13/14, cerca de 3 milhões ou 36,4% foram colhidos até a última sexta-feira (14). Os números são do boletim do instituto apontam avanço semanal de 14,6 pontos percentuais (p.p), o maior no comparativo com o mesmo período das últimas cinco safras. São esperadas 26 milhões de toneladas.