O produtor Américo Hamano, morador no distrito de Caramuru, município de Rolândia, norte do Paraná, acompanhava, na última terça-feira (19/08), a operação de sua colheitadeira no lote de 22 alqueires de milho, situado próximo à localidade. Ele também cultiva trigo, em outra propriedade. Segundo Hamano, com o clima favorável, a produtividade da lavoura deve ficar ao redor de 300 sacas por alqueire. Para entregá-la, precisa deslocar-se 7 quilômetros, até Cambé.

Transição - O distrito fica numa transição entre os dois municípios. “Da estrada para cá é Cambé e, pra lá, é Rolândia”, explica o produtor. Segundo ele, há um trecho ali perto onde, numa encruzilhada, é possível pisar no chão de quatro municípios num raio de apenas poucos metros. E, do lote onde colhe milho, dá para avistar a imponente massa de prédios de Londrina.

Nova unidade - É ali, no Caramuru, que a Cocamar investe em uma de suas novas unidades de recebimento de grãos, que deverá ficar pronta para a colheita da safra de verão 2014/15, cujo plantio inicia em outubro. Na área onde está sendo feita a terraplanagem, máquinas e vários caminhões se movimentam num ritmo incessante.

Comodidade - Hamano diz que vai ficar mais cômodo para os produtores do lugar: dali até suas terras a distância é de um pouco mais de um quilômetro. E, na comunidade, a expectativa do comerciante José Farquetti é a melhor possível. “A Cocamar aqui vai ser bom pra todo mundo”, diz ele, acotovelado no balcão da Casa São José, uma venda mantida à moda antiga, em frente à Igreja Santo Antônio. Aos 65 anos, Farquetti conta que vive ali desde os cinco: ele testemunhou a debandada do povo quando os cafezais perderam lugar para as culturas mecanizadas, na década de 1970.

Princesa - “Se Londrina era a rainha do café, Caramuru podia ser considerada uma princesa”, afirma o comerciante, recordando-se da quantidade e da qualidade de lavouras. Por causa das colônias de trabalhadores nas propriedades, o patrimônio vivia cheio de gente, as missas de domingo lotavam, havia sete vendas iguais à sua e, em determinada época, até um cinema funcionou ali. Farquetti fala também, com orgulho, do combativo Caramuru Futebol Clube, time do qual foi diretor. A sua venda está repleta de troféus conquistados pela equipe. “Nos bons tempos, era uma verdadeira seleção, um dos quadros mais temidos de toda a região”, garante.

Lugar aprazível - O distrito é considerado um lugar aprazível para quem como Cleo, vendedora de antiguidades, cresceu no campo. Moradora em Cambé, ela foi na terça-feira ao Caramuru, acompanhada de duas amigas, apenas para sentar-se numa mesa ao lado da igreja e ficar apreciando a simplicidade do ambiente rural. “O ar daqui faz bem. Quando venho, não tenho pressa em voltar”, comenta.

Potencial - A Cocamar aposta no potencial da região norte do Paraná, onde, desde meados de 2010, atua com quase três dezenas de estruturas de atendimento aos produtores. “É uma oportunidade de crescimento para a cooperativa”, afirma o presidente-executivo José Fernandes Jardim Júnior, ressaltando o sucesso da empreitada até aqui. Quando chegou ao norte do Paraná, a Cocamar somava cerca de 7 mil produtores associados e, hoje, o número já está perto de 12 mil. Da mesma forma, a região alavancou o recebimento de produtos e a comercialização de insumos agropecuários, contribuindo diretamente para a projeção que a cooperativa tem de faturar R$ 2,9 bilhões em 2014.

Organização do mercado - Segundo Fernandes, em todos os lugares onde atua, a Cocamar ajuda a organizar o mercado e a produção, oferecendo apoio técnico, estruturas e trabalhando para que os produtores e as comunidades se desenvolvam, com mais qualidade de vida.