A decisão de realizar um trabalho conjunto foi tomada em audiência da presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, com o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, nesta semana.
 
No encontro de mais de uma hora, ficou acertada a criação de um grupo de trabalho formado por autoridades do ministério responsáveis pelas áreas econômica, de promoção comercial e de negociações entre o Brasil, a Ásia e a União Europeia (UE), além de técnicos e consultores da CNA. Os temas da agenda comum serão discutidos em reunião deste grupo, prevista para os próximos 15 dias. A ideia é compartilhar os dados de inteligência comercial e competitiva, de modo a fortalecer a inserção internacional do agronegócio.
 
A senadora levou ao ministro a grande preocupação do setor com a lentidão no avanço das negociações com a UE, sobretudo diante do adiamento da consolidação da oferta do Mercosul e da reunião da cúpula Brasil-UE.  “Esta negociação é vital para o setor”, alertou Kátia Abreu. Lembrou, também, que a relação com a China –  maior destino das exportações brasileiras do agro – é prioridade. Figueiredo, por sua vez, destacou a “capilaridade” do Itamaraty e se dispôs a abrir espaço à CNA para que os empresários brasileiros possam mostrar a boa qualidade dos produtos produzidos no país, em eventos oficiais que envolvam visitas de autoridades estrangeiras ao Brasil.
 
Esta parceria deve ser efetivada no próximo encontro da cúpula dos Brics, que reunirá autoridades dos cinco países considerados economias emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em Fortaleza, no Ceará, prevista para julho.  A CNA tem pressa em fechar a pauta conjunta com o Itamaraty, porque o presidente da China, Xi Jinping, já confirmou presença.
 
A CNA considera injustificável o embargo chinês à carne brasileira e espera resolver esta questão antes da chegada de Xi Jinping. “Temos um controle muito moderno e efetivo da qualidade da nossa carne. É importante que os países saibam disso e que dividamos isso com vocês”, disse a senadora, ao lembrar que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) já declarou que o risco para a doença da vaca louca no Brasil é negligenciável.

O ministro Figueiredo aceitou convite para visitar a CNA e conhecer como funciona a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA). “É a maior plataforma do mundo, centralizando todas as informações, em tempo real, sobre todo o rebanho brasileiro”, explicou a senadora.