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BRF prega cautela em relação à demanda chinesa

O CEO da BRF, Lorival Luz, afirmou durante o Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura (Siavs), em São Paulo, que o momento é de "cautela na empolgação" com a demanda de carnes da China em meio ao recuo na oferta de porcos no país


Publicado em: 30/08/2019 às 12:00hs

BRF prega cautela em relação à demanda chinesa

O CEO da BRF, Lorival Luz, afirmou durante o Salão Internacional da Avicultura e Suinocultura (Siavs), em São Paulo, que o momento é de "cautela na empolgação" com a demanda de carnes da China em meio ao recuo na oferta de porcos no país em virtude da epidemia de peste suína africana. Mortes e abates sanitários para tentar controlar a doença teriam reduzido o plantel local, o maior do mundo, em cerca de 30% nos últimos 12 meses.

"Somos um setor e uma empresa de cadeia longa. Ao tomar a decisão de aumentar a produção de suínos agora, a oferta será efetivamente maior daqui a quase dois anos", disse Luz. "É preciso cautela na empolgação com China". Segundo o executivo, não existe a possibilidade de atendimento pleno da demanda chinesa por carne suína no curto prazo. "A demanda será atendida com a migração de proteínas e ajuste de preços. O que existe agora é uma ruptura que vai exigir um equilíbrio de preços".

Conforme Luz, os preços estão aumentando na China e no mercado internacional. "Quando se olha o preço de leitões na China, dado que o abate das matrizes e das fêmeas, houve aumento de 104%. Internacionalmente, já houve um leve aumento, mas não na proporção do impacto que se pode ter, considerando a quebra do rebanho chinês".

Ele afirmou que ainda não é possível prever como o aumento da demanda da China se refletirá nos negócios da BRF. "Isso vai acontecer quando houver o controle da peste suína, que é quando será interrompido o abate de matrizes e de fêmeas e o país voltará a reconstruir seu rebanho. Então, efetivamente haverá uma redução do abate e da produção de matéria-prima. É algo que pode acontecer neste trimestre ou no próximo".

Para ele, a tendência de longo prazo é de crescimento da demanda por proteína animal, em taxas um pouco acima do ritmo de crescimento da população em países emergentes. "O crescimento do consumo de proteína existe e poderá ser na casa de 5% a 6% ao ano, incluindo o consumo interno e as exportações. É [esse ritmo de crescimento] que direciona nossas decisões de investimento". A BRF recentemente anunciou aportes de R$ 59 milhões até 2020 em suas unidades de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, em Mato Grosso, de olho no mercado europeu.

Para Luz, não há indicativo de embargos à proteínas brasileiras em função da crise ambiental gerada pelos incêndios na Amazônia. "Nossa leitura é que precisamos demonstrar que nossos produtos atendem todos os requisitos de sustentabilidade". Nesse sentido, Luz ponderou que o consumo de proteínas cresce e continuará crescendo no mercado global, mas que é preciso atenção nessa frente.

Fonte: Avisite

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