Publicado em: 06/08/2014 às 12:40hs
Poderio comprovado em números. O Produto Interno Bruto (PIB) do segmento – estimado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) – acumulou expansão de 1,22% no primeiro quadrimestre. Mais do que isso: um estudo elaborado pela consultoria Kleffman aponta que as cem cidades brasileiras que mais investiram no agronegócio moderno tiveram um crescimento do Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) muito acima das cidades não agrícolas nos últimos 40 anos, com alta de 76%.
Governança corporativa - Por trás desse negócio bilionário que mantém a economia nacional nos eixos, estão empresas e cooperativas apostando na governança corporativa para atingir novos patamares de gestão, aumentando a rentabilidade. No Paraná, em pesquisa realizada recentemente pela consultoria Deloitte, de 76 empresas que trabalham com governança, 16% são do agronegócio, metalurgia ou mineração.
Sistema - Governança corporativa é um sistema pelo qual as organizações são dirigidas e monitoradas em conjunto por proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas convertem princípios em recomendações objetivas, com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade. A preocupação é criar um conjunto eficiente de mecanismos a fim de assegurar que o comportamento dos administradores esteja sempre alinhado com o melhor interesse da empresa.
Pauta - De acordo com o diretor de consultoria empresarial na região Sul da Deloitte, Alexandre Martins, o assunto retornou na pauta do agronegócio recentemente. "A procura tem sido maior nos últimos anos. Além de um incremento na prática das empresas do setor, com bons instrumentos de melhoramento e controle, hoje existem regulamentações, como a Lei Anticorrupção, que fazem com que as empresas de todos os segmentos fiquem extremamente atentas ao que acontece na gestão", avalia ele.
Etapas - Para a implementação da governança corporativa no agronegócio não há muita diferença em comparação ao processo realizado por uma empresa de outro segmento. As etapas são semelhantes. "É natural que as corporações do setor, com toda força que possuem, estejam cada vez mais complexas e maiores. Os administradores, donos ou mesmo cooperados sentem a necessidade de um sistema mais robusto, com melhores instrumentos de controle, leitura e aprimoramento do trabalho", diz Martins.
Próximo passo - Para as empresas rurais que já iniciaram o trabalho, com auditorias internas e externas, o consultor explica que o próximo passo é incorporar o conceito de gestão de riscos de forma sistemática. "Algumas empresas do agronegócio estão preocupadas com riscos estratégicos, de commodity e outros tópicos mais sofisticados porque já atingiram um patamar diferenciado. É preciso olhar constantemente para dentro e fora da empresa, analisando todas as situações de vulnerabilidade que podem gerar maior perda para a organização. Esse processo é fundamental", conclui.
Fonte: Folha de Londrina
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