Gestão

Jovens contribuem para a modernização do agronegócio brasileiro

Para Fabio Mizumoto, professor da Escola de Economia de São Paulo da FGV-EESP, os jovens que estão chegando ao agronegócio trazem novas soluções tecnológicas


Publicado em: 20/12/2013 às 01:00hs

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Fabio Mizumoto: Engenheiro agrônomo, coordenador acadêmico do Master of Business Administration (MBA) em agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV), professor da Escola de Economia de São Paulo da FGV-EESP e sócio-fundador da consultoria Uni.Business Estratégia
Por: Monsanto em Campo

Empreendedores, dinâmicos e altamente tecnológicos. Este é o perfil dos jovens que escolheram o agronegócio como profissão e que têm contribuído, cada vez mais, para a modernização da produção agropecuária nacional. Para explicar as transformações que os novos produtores rurais têm promovido no agronegócio do país, o Monsanto em Campo entrevistou Fabio Matuoka Mizumoto, coordenador acadêmico do Master of Business Administration (MBA) em agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV), professor da Escola de Economia de São Paulo da FGV-EESP e sócio-fundador da consultoria Uni.Business Estratégia. Fabio é engenheiro agrônomo formado pela Escola de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP) e doutor pela Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP), com intercâmbio na Olin Business School, da Universidade de Washington, em St. Louis (EUA).

Quais tipos de mudanças os jovens têm promovido no agronegócio brasileiro?

Os jovens diversificam o mercado e trazem novas soluções tecnológicas. Eles questionam o modelo atual de agricultura, seja em processos práticos como, por exemplo, a rotação de culturas, ou na maneira de se conduzir o negócio. A modernização das estruturas também é importante, pois os jovens chegam ao campo com equipamentos cada vez mais informatizados e fazem com que os agricultores menos atualizados precisem se adequar a essa nova realidade.

Os jovens profissionais que atuam hoje no agronegócio têm origem no campo?

Não necessariamente. Parte dos jovens que buscam profissionalização no setor agrícola vieram do campo com a intenção de dar continuidade aos negócios da família e, diferente dos seus pais e avós que colocavam a “mão na massa”, plantavam e colhiam, eles pensam também na gestão do negócio, se especializam para gerenciar as propriedades e são mais empreendedores. Há também um número significativo de universitários das grandes cidades que faz estágio em multinacionais do agronegócio, percebem a importância desse setor e acabam se interessando por este mercado.

Existe algum tipo de conflito entre as diferentes gerações que trabalham no campo?

São comuns os casos em que pai e filho divergem quanto ao modo de tocar o negócio. Enquanto o primeiro prefere dar ênfase ao planejamento, o segundo possui a característica de partir para a ação mais rapidamente. O imediatismo dos jovens da nova geração é um dos principais desafios que os agricultores veteranos enfrentam, sejam eles pequenos, médios ou grandes produtores. Mas há produtores abertos a novas experiências trazidas por esses jovens e, naturalmente, existem também os mais conservadores que não aceitam as mudanças propostas.

Há programas desenvolvidos para motivar os jovens que vivem na zona rural a investir na qualificação profissional?

Temos um bom exemplo em Guarapuava (PR), realizado pela Cooperativa Agrária Agroindustrial, que tem discutido empreendedorismo não só com os seus cooperados, mas também com os filhos deles. Considero de grande valia essa iniciativa, pois mostra a cooperativa não apenas como uma fonte provedora de insumos e de suporte na comercialização, mas também com papel social importante para os futuros cooperados. Além da Agrária, outras cooperativas pelo Brasil trabalham da mesma forma com a comunidade local. O Sistema S, composto pelo SESI, Sebrae e Senai, e as Faculdades de Tecnologia (FATEC)  também desenvolvem programas semelhantes.

Qual perfil profissional o agronegócio necessita?

Existe uma demanda por profissionais que conheçam bem o agronegócio e que tenham alguma experiência, pois isso demonstra o interesse na profissão. É importante ter visão sistêmica do mercado e conhecer sua importância econômica, mas sem esquecer que o conhecimento técnico também é fundamental. Habilidade de empreender e ser resiliente são outras características que contribuem para o sucesso na carreira.

Fonte: Monsanto em Campo

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