Gestão

CEO antes dos 40

O número de profissionais que chegam à presidência antes dos 40 anos ainda é pequeno


Publicado em: 05/08/2015 às 00:00hs

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João Rebequi: Presidente da americana Valmont
Por: Emília Zampieri - FONTE COMUNICAÇÃO

O número de profissionais que chegam à presidência antes dos 40 anos ainda é pequeno. João Rebequi, 35 anos, presidente da americana Valmont há três, é um dos exemplos de jovens líderes com rápida trajetória até o topo. Entre os fatores que contribuíram nesse caminho, Rebequi destaca a importância do início precoce no mercado de trabalho, a ousadia para transições necessárias e busca constante por aprendizado e compartilha alguns acontecimentos que o ajudaram nas conquistas.

Você destaca as transições como fatores decisivos em sua trajetória. Como saber que é hora de fazer essa transição profissional?

JR.: Em primeiro lugar, acredito que, ao exercer um emprego, o profissional deve almejar enfrentar desafios e contribuir de maneira significativa para a companhia da qual faz parte. Além de ser reconhecido, gostar do ambiente de trabalho e ter um bom salário, é essencial ter motivação para acrescentar e produzir algo novo. Uma vez que o profissional perceba que sua contribuição para a empresa chegou ao seu máximo, um ciclo de fecha e é o momento de partir para novas empreitadas. Comigo, particularmente, foi assim. Quando olhava para meu ciclo profissional e entendia que tinha deixado uma marca e implementado mudanças consistentes, partia para novos caminhos.

Há alguma decisão em sua carreira que considere como momento-chave?

JR.: Quando sai da John Deere e fui para a CNH foi um momento difícil e ao mesmo tempo chave para meu crescimento. Estava há 11 anos em uma empresa na qual me formei como profissional e com a qual tinha uma grande identificação de valores. Por isso, quando tive a oportunidade de mudar para a CNH, o desafio era maior do que me ajustar a um novo time. Era preciso-me adaptar a uma nova cultura (uma empresa é americana e a outra italiana). A escolha foi acertada pois me permitiu ampliar minha área de atuação, ao reformular a estratégia da marca New Holland no país.

O que muda na vida do profissional ao se tornar presidente da empresa?

JR.: Na minha, particularmente, não mudou muita coisa, pois sempre busquei grandes responsabilidade dentro das companhias. O que vem junto com o posto de liderança é a preocupação com as pessoas. Como líder, minha função é inspirar e otimizar a atividade dos demais.

Qual a influência da geração Y no modelo de liderança atual?

JR.: Acredito que a gestão sofre influência direta na necessidade de atualização constante dos líderes, para não perdermos talentos. É preciso reconhecer que as habilidades dos jovens podem ser diferentes daquelas dos profissionais tradicionais, e entender que os novos talentos são nossos aliados.

Como contorna a falta de repertório por ser um presidente tão jovem?

JR.: Minha trajetória é um pouco distinta da maioria dos CEOs e líderes, pois comecei a trabalhar bem cedo. Aos 14 anos, ingressei no mercado de trabalho por meio do Projeto Guri Trabalhador, do RS, e não parei mais. Quando cheguei à presidência da Valmont, tinha 32 anos, ou seja, novo em idade, mas com 18 anos de experiência profissional, o que considero um tempo razoável para amadurecimento e para se conquistar o posto principal em uma organização. O que, eventualmente, faltar pela pouca idade, conforme disse anteriormente, é compensado na troca com profissionais mais velhos, lembrando que um líder nunca age sozinho, mas em sinergia com sua equipe. O que citei como importante para os demais gestores vale também para mim.

João Rebequi é formado em Direito pela Unisinos, com MBA em Gestão Empresarial pela FGV e Senior Executive Program feito na London Business School.  Ocupa o cardo de Diretor Presidente da Valmont Brasil, multinacional americana líder na produção de pivôs centrais desde final 2013.

Fonte: FONTE COMUNICAÇÃO

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