Publicado em: 18/06/2014 às 13:50hs
Produtores dos municípios que decretaram situação de emergência por causa das fortes chuvas que atingiram praticamente todo o Paraná no primeiro final de semana de junho começam a retornar à vida normal. Francisco Simioni, chefe do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), aponta que a colheita do milho e do feijão já recomeçou nas regiões atingidas.
Contudo, as consequências da chuva ainda não foram mensuradas pela Seab, já que só agora a assistência técnica começará a fazer a avaliação em campo. Mas Simioni adianta que em termos de produção não haverá grandes perdas na produção de milho, trigo e feijão. "O que pode ocorrer é uma possível queda na qualidade do feijão. Os danos maiores aconteceram nas zonas urbanas", lamenta.
O especialista completa que os prejuízos seriam maiores se as chuvas tivessem continuado nas áreas cultivadas com feijão. "O feijão é mais sensível", completa o chefe do Deral. De acordo com dados da secretaria, para esta segunda safra é esperado uma produção de 454,93 mil toneladas da leguminosa, 34% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Em área, foram destinados para a cultura na atual safra 259,12 mil hectares, 2% a menos se comparado ao ciclo 2012/13.
Hortifrúti
Em relação às frutas e hortaliças, a situação segue mais crítica. Em Guarapuava (Sul), por exemplo, um dos municípios mais atingidos com as chuvas, as feiras livres foram suspensas pela ausência de produtos. A agricultura local Cleusa Skripetz perdeu 100% da sua produção em apenas dois dias. Ao todo, ela cultivava 16,8 hectares com verduras e legumes.
Com a força da chuva, Cleusa chegou a perder até a casa onde morava, tendo que abrigar-se na residência do filho, que fica ao lado da sua. Mesmo com a total destruição, a agricultora não desanimou e já inicia o processo de reconstrução da lavoura. "Vou preparar a terra e continuar plantando", diz, entusiasmada.
Itacir José Vezzaro, secretário municipal de Agricultura de Guarapuava, afirma que a maior dificuldade no município é o transporte de produtos, já que 40 pontes foram destruídas. "Além disso, tivemos bastante perdas de solo fértil, varrido pelas fortes enxurradas", salienta. A consequência disso, aponta Vezzaro, poderá ser a perda de produtividade na próxima safra.
Em relação aos pequenos produtores, Vezzaro destaca que o município disponibilizará calcário e fósforo para aqueles que perderam a camada mais rica do solo. Ele espera que a produção e o abastecimento de hortifrúti volte ao normal a partir da próxima semana. "Estamos acompanhando todas as propriedades", frisa o secretário municipal. Segundo ele, o governo do Estado tem ajudado os produtores com o abastecimento de óleo diesel.
Instabilidade
Samuel Braun, meteorologista do Simepar, conta que entre os dias 6 e 8 de junho uma frente fria ficou estacionada sobre a região Sul do Estado, o que provocou o acúmulo de chuvas. Só na região de Guarapuava, em três dias houve uma precipitação de 400 milímetros. Um limite razoável, por dia, seria de 50 milímetros.
De acordo com informações divulgadas pelo Simepar, o tempo segue instável no Paraná, mas a tendência é de precipitações rápidas. A chance de chuva é maior na metade Sul do Estado. Em Guarapuava devem ocorrer ao longo do dia de hoje pancadas de chuvas isoladas, com temperatura mínima de 10ºC e máxima de 23°C.
Fonte: Folha Web
◄ Leia outras notícias