Publicado em: 19/09/2025 às 18:40hs
A última semana foi marcada por fortes oscilações nas bolsas internacionais de café, refletindo correções técnicas em Nova York (arábica) e Londres (robusta), além do impacto das chuvas registradas no Brasil. No mercado físico interno, os preços acompanharam o movimento e também caíram, com produtores retraídos nas vendas diante da instabilidade.
Segundo Gil Barabach, consultor da SAFRAS & Mercado, os contratos do café arábica para dezembro/25 na Bolsa de Nova York chegaram a romper o patamar de 400 centavos de dólar por libra-peso, atingindo na terça-feira (16) os 424 centavos, o maior nível em sete meses.
O movimento refletiu preocupações com a oferta global, agravadas pela redução nos estoques certificados em NY, pelas projeções de uma safra menor de arábica no Brasil em 2025 e pelas incertezas climáticas sobre as floradas de 2026.
Após a disparada, a realização de lucros e o registro de chuvas em áreas produtoras do Brasil provocaram correção rápida e acentuada. Na quarta-feira (17), os preços recuaram para 375 centavos de dólar por libra-peso, queda de quase 12% em apenas dois pregões.
“O mercado de café é altamente sensível a sinais de risco no abastecimento. Esse componente emocional explica movimentos tão bruscos e deve continuar influenciando as cotações nos próximos anos”, destacou Barabach.
O Brasil, maior produtor mundial de arábica, encerrou a temporada 2024/25 com estoques praticamente zerados, o que expõe a fragilidade da oferta. Para o ciclo 2025/26, iniciado em julho, a perspectiva é de produção reduzida, menor fluxo de embarques e baixa recomposição dos estoques, que devem seguir em níveis mínimos.
Esse quadro aumenta a vulnerabilidade do mercado e justifica a rápida reação a qualquer notícia climática ou de produção.
As precipitações registradas no Sul de Minas Gerais na última terça-feira trouxeram alívio ao mercado, reduzindo o pessimismo sobre a safra de arábica. A previsão de chuvas mais generalizadas no final de setembro e início de outubro deve melhorar a umidade do solo, favorecer as floradas e gerar maior otimismo em relação à produção de 2026.
Esse cenário climático mais favorável tem contribuído para pressão baixista nas cotações internacionais.
Entre os dias 11 e 18 de setembro, o arábica em Nova York recuou de 386,50 para 380,85 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,4%. No mesmo período, o robusta em Londres para novembro caiu 1,6%.
No mercado físico brasileiro, os preços também recuaram. O arábica bebida boa no Sul de Minas caiu de R$ 2.390,00 para R$ 2.270,00 a saca, queda de 5%. Já o conilon tipo 7 em Vitória (ES) passou de R$ 1.395,00 para R$ 1.390,00, baixa de 0,4%.
Fonte: Portal do Agronegócio
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