Publicado em: 23/10/2025 às 18:40hs
O Relatório Trimestral de Perspectivas para Commodities da StoneX indica uma crescentemente provável formação do fenômeno La Niña no último trimestre de 2025, com potenciais impactos sobre a produção agrícola no Brasil e em diversas regiões do mundo. As informações foram detalhadas por Carolina Jaramillo Giraldo, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.
Segundo o levantamento, análises da temperatura da superfície do mar mostram resfriamento nas regiões centrais e leste do Pacífico (Niño 3.4 e Niño 3) e aquecimento no Pacífico oeste, configuração típica de La Niña. A especialista ressalta que os principais órgãos internacionais, como a OMM, NOAA e IRI, indicam que o evento deve ser fraco, mas não se descarta o retorno à neutralidade durante o verão no Hemisfério Sul.
Historicamente, La Niña dura entre três e quatro trimestres móveis, embora haja registros de eventos mais prolongados. Em 1984 e 2017, por exemplo, o fenômeno se estendeu por 11 e 6 trimestres, respectivamente. Com base nesses precedentes, há possibilidade de que a La Niña atual se prolongue até os primeiros meses de 2026, afetando as safras do Hemisfério Sul.
A configuração atmosférica típica de La Niña, com alta pressão no Pacífico central e oriental e baixa pressão no Pacífico oeste, tende a gerar efeitos climáticos distintos:
O inverno de 2025 registrou temperaturas abaixo da média, especialmente nas máximas. Para os próximos meses, os modelos indicam temperaturas próximas da normalidade, com variações regionais:
A interação entre La Niña e a Oscilação de Madden–Julian (MJO) pode intensificar os efeitos climáticos no Hemisfério Sul. Quando a MJO se posiciona sobre Indonésia e Pacífico ocidental, ocorre um padrão de Oscilação Antártica (AAO) positiva, deslocando ventos para latitudes mais ao sul.
Segundo Carolina Giraldo, as previsões de precipitação para o trimestre OND (outubro-novembro-dezembro) de 2025 indicam:
A especialista ressalta que essas condições podem afetar diretamente planejamento agrícola, irrigação e safras de grãos e café, além de influenciar o mercado internacional de commodities.
Fonte: Portal do Agronegócio
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