Publicado em: 06/12/2023 às 10:45hs
Contudo, as condições climáticas adversas, especialmente no Rio Grande do Sul, principal estado produtor, impactaram a qualidade do cereal, resultando em projeções reduzidas pela CONAB.
Com a colheita praticamente concluída, a oferta nacional tende a ser menor e com qualidade inferior. As projeções da CONAB indicam uma redução para 9,7 milhões de toneladas, uma queda de 11% em relação às estimativas de setembro e 8,7% em comparação com o ano passado. Esse cenário, aliado à demanda estável, aponta para uma baixa relação estoque/consumo.
À medida que a oferta diminui e a escassez de trigo de qualidade se consolida, os preços reagem, interrompendo um ciclo de queda que perdurava quase um ano. A disparidade de preços entre as regiões, devido às diferenças de qualidade, torna-se evidente, com o Rio Grande do Sul sendo mais afetado.
Cerca de 70% do trigo colhido no RS está abaixo do índice de qualidade PH 78, classificado como trigo ração, o que resulta em um maior volume desse tipo de produto. Esse cenário pressiona os preços, com o cereal de qualidade superior, com PH>78, mantendo-se mais valorizado, especialmente no Paraná.
A necessidade de matéria-prima para a produção de blends de farinhas e a disponibilidade de trigo de baixa qualidade impulsionarão as importações, transformando um mercado inicialmente superavitário em um ambiente mais propenso às compras externas.
Apesar da oferta argentina ser impactada pelo clima adverso, outras origens de trigo, como o produto russo, já representam uma parte significativa das importações. Os preços, portanto, podem encontrar suporte no mercado internacional.
Os preços ao produtor devem manter-se firmes, mas a ampla oferta russa pode moderar as altas. Custos de armazenagem e oportunidade do trigo de qualidade, aguardando preços mais elevados, devem ser considerados. A correlação com a Bolsa de Chicago pode proporcionar oportunidades de fixações de moeda e do cereal a preços vantajosos.
Para a indústria, é crucial monitorar estoques e fluxo de aquisições, especialmente diante da expectativa de chuvas persistentes na safra argentina, que pode atrasar e comprometer ainda mais a oferta dessa origem. Fixações em Chicago também se mostram uma opção viável durante o período de entressafra, que pode oferecer suporte aos preços locais.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias