De acordo com a Somar Meteorologia, apesar do início um pouco tardio da chuva, o que atrasará o plantio da safra em torno de dez a 20 dias, a tendência é que ao longo do desenvolvimento das lavouras ocorram mais precipitações, favorecendo a produtividade. O produtor deverá ficar atento a pequenos períodos de estiagem, ao longo do verão, e também ao controle de pragas e doenças, já que o clima mais úmido é propício à infestação das culturas.

A informação é do agrometeorologista Marco Antônio dos Santos. Segundo ele, as condições climáticas serão mais favoráveis para o agronegócio do país. "No ano safra 2014/15 o produtor deverá ter cautela, já que existe a possibilidade de pequenos períodos de estiagem e também de chuvas mais concentradas ao longo do verão.  preciso ficar atento às previsões do tempo para se planejar, por exemplo, antecipando, quando possível, a aplicação de produtos ou até mesmo a colheita. Será um ano mais favorável para a produção agrícola e existe uma grande possibilidade de termos uma safra recorde", alerta.

Segundo ele, para a safra 2014/15, a expectativa é que o plantio de grãos em Minas Gerais, que normalmente ocorre a partir de primeiro de outubro, seja iniciado após a primeira quinzena do mês, já que a tendência é que as chuvas atrasem um pouco.

"Neste ano safra, ao que tudo indica, não teremos o clássico El Ni¤o (caracterizado por grandes volumes de chuvas), mas uma variação menos intensa desse fenômeno. Por isso, a tendência são de precipitações irregulares até o início de outubro, o que deve ser normalizado a partir da segunda quinzena do mês. Assim, os produtores terão um pequeno atraso na implantação da primeira safra de grãos, mas isso não comprometerá a produtividade das lavouras e nem a segunda safra", disse.

As chuvas irregulares até meados de outubro devem influenciar o plantio da safra nas principais regiões produtoras de grãos do Estado: Triângulo Mineiro, Noroeste e Alto Paranaíba. A expectativa é de que os produtores comecem a plantar a soja, o milho e o feijão após a segunda quinzena de outubro, quando a previsão é de chuvas regulares. O período de desenvolvimento, deve ser marcado por pequenas estiagens, mas não haverá seca rigorosa, como a que ocorreu na safra anterior.

Dica

"O produtor precisa ficar atento às previsões climáticas e, nosso conselho, que ele observe a regularidade das chuvas antes de iniciar a semeadura, o que poderá evitar prejuízos. A cautela deve ser adotada, com mais rigor, no plantio da soja, já que os produtores ficam ansiosos para semear a oleaginosa precoce e, assim, produzir uma segunda safra", disse.

Outro alerta do agrometeorologista é em relação ao controle de pragas e doenças. Pela tendência de ser um ano safra mais chuvoso que 2014, é preciso monitorar as culturas de perto, principalmente no caso da soja, onde a ferrugem pode se alastrar, caso não seja combatida no período e da forma correta. A pressão da ferrugem é muito grande por vários motivos, entre eles, o clima e o aumento do plantio da segunda safra do produto em outros Estados.

"No Mato Grosso e Mato Grosso do Sul houve um crescimento no plantio da segunda safra de soja, que foi colhida em maio e junho, sobrando uma janela pequena de intervalo para o plantio da safra 2014/15. A infestação pelo ferrugem foi grande, com produtores fazendo de 5 a 6 aplicações que não foram suficientes para controlar. Como a contaminação ocorre pelos esporos do fungo, facilmente podem comprometer as lavouras em Minas Gerais. Por isso, o produtor não pode economizar no controle da ferrugem", exemplifica.

O atraso na implantação da primeira safra de grão vai adiar a colheita e, conseqüentemente, o plantio da segunda safra. De acordo com Santos, a tendência é que o período chuvoso também seja prolongado, o que não impedirá o cultivo da safrinha.

"Como o início do período chuvoso será mais tardio que o normal, a tendência é que ele também se encerre mais tarde permitindo, assim, o desenvolvimento da segunda safra", afirmou.