Até esta sexta-feira (15) quase 92% da área plantada foram colhidos, estimou o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindalcool/MT). Com o clima impactando o setor diz que parte da cana cultivada não será colhida, mesmo sem quantificar o volume deixado no campo.

A produção estadual está estimada em 17,1 milhões de toneladas. “As chuvas apertaram em novembro e não sabemos o que vai acontecer neste mês, se conseguiremos moer o que esperamos. Previsão é que se perdurar o regime de precipitação não colheremos 100% da área”, diz Jorge dos Santos, diretor do Sindalcool-MT.

Do total a ser colhido, a maior parte será usada para fabricação de etanol, hoje considerado o foco das unidades mato-grossenses. Serão mais de 1 milhão de metros cúbicos do biocombustível. De açúcar, outras 481 mil toneladas. No entanto, já se cogitam revisões nos números deste último produto.

Ainda segundo o Sindalcool, mesmo diante dos reflexos, o processamento industrial e a oferta de matéria-prima não devem ser prejudicados. “O impacto não causaria um problema de produto, porque a quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) da cana-de-açúcar se manteve boa para o período e não afetou a produção. Não enxergamos problemas em termos de mercado”, considerou ainda Jorge dos Santos, referindo-se à qualidade da cana que vem sendo retirada do campo.

Custos maiores

Colher aquelas áreas de cana deixadas em 2013 apenas no próximo ano vai custar mais caro: pelo menos 17% a mais, além de elevar em 20% o tempo necessário para cumprir o procedimento, cujo início deve ser previsto em março.

Qualidade-Brasil

No Brasil, as indústrias do Centro-Sul contabilizaram na segunda quinzena de outubro nos níveis de Açúcares Totais Recuperáveis por tonelada de cana-de-açúcar. De acordo com a União da Indústria de Cana (UNICA), atingiram 138,91 kg, queda de 3,49% frente ao observado no mesmo período do ano anterior, em 143,93 kg de ATR/t de cana.

No acumulado desde o início da safra até 1º de novembro a concentração de açúcares por tonelada chegou a 133,90 kg, ou 1,44% a menos na comparação aos 135,85 kg por tonelada de cana na mesma data da safra 2012/2013, segundo a UNICA.