Publicado em: 13/08/2025 às 11:05hs
Julho foi marcado por um padrão climático irregular no Brasil, segundo o relatório Agro Mensal da Consultoria Agro do Itaú BBA. No Sul, as chuvas mais frequentes mantiveram a umidade do solo, beneficiando culturas de inverno. No entanto, o excesso de precipitação atrasou a semeadura do trigo em algumas áreas e a colheita do feijão de segunda safra.
Nas demais regiões do país, o clima seco predominou, acelerando a maturação e colheita do milho de segunda safra, especialmente no Centro-Oeste e Sudeste. Ainda assim, a restrição hídrica afetou o trigo no sudoeste de Mato Grosso do Sul e no centro de São Paulo. No Rio Grande do Sul, as geadas não impactaram o trigo, ainda em fase inicial, mas no Paraná, lavouras mais avançadas podem ter sofrido danos no oeste e norte.
A colheita do algodão também foi afetada por frio e chuvas, com preocupações sobre a qualidade da pluma em regiões como Maranhão e Bahia, devido à umidade excessiva no ponteiro.
Nos Estados Unidos, o clima foi amplamente favorável em julho. O milho apresentou excelente desenvolvimento e projeções indicam a maior safra da história americana. Apesar da menor frequência de chuvas, a maior luminosidade favoreceu a polinização e a produtividade.
A soja manteve bom ritmo de crescimento, com expectativa de produtividade acima da média. Já o algodão, mesmo com chuvas intensas no início do mês, continua com perspectiva otimista para a colheita.
Para agosto, a previsão aponta temperaturas baixas e chuvas mais concentradas no Sul. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) elevou a probabilidade de ocorrência de La Niña a partir de outubro.
Modelos climáticos divergem: o americano projeta maior ocorrência de chuvas no Sul, enquanto o europeu não indica essa tendência para setembro. Nos próximos dias, uma frente fria poderá provocar geadas no Sul, em São Paulo e até no Sul de Minas Gerais, limitando as chuvas na segunda semana do mês, com retorno previsto apenas para o final de agosto.
Em meados de julho, o Oceano Pacífico equatorial permaneceu em condição de ENSO-neutro, com 75% de chance de manter essa situação até setembro. Para o trimestre outubro-dezembro, a probabilidade de neutralidade cai para 49%, embora ainda supere as chances de La Niña ou El Niño.
O cenário para o ciclo 2025/2026 indica menor risco de eventos climáticos extremos, como estiagens prolongadas no Sul ou excesso de chuvas no Norte e Nordeste. Ainda assim, especialistas recomendam atenção aos próximos boletins, devido aos prejuízos recentes causados pela irregularidade das chuvas no Sul.
Fonte: Portal do Agronegócio
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