Publicado em: 10/12/2025 às 11:55hs
O cenário de baixa umidade no solo vem comprometendo o manejo e o desenvolvimento das pastagens de verão no Rio Grande do Sul, segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (4).
De acordo com o levantamento, embora o campo nativo apresente bom desenvolvimento vegetativo e melhora na oferta de forragem, a falta de chuvas começa a afetar o ritmo de crescimento, especialmente em áreas com solos mais rasos e temperaturas elevadas.
As forrageiras perenes mantêm bom estabelecimento inicial, beneficiadas pela luminosidade e pelo calor, mas a redução da umidade já limita o vigor do rebrote e o avanço vegetativo. Para evitar o sobrepastejo, os produtores têm ajustado o manejo, enquanto aguardam precipitações mais consistentes.
As pastagens anuais, como capim-sudão e milheto, são as mais impactadas pela escassez de chuva. Em diversas regiões, o crescimento está abaixo do esperado, e as chuvas pontuais registradas até agora não foram suficientes para normalizar o desenvolvimento das forrageiras.
Na região administrativa de Bagé, a colheita de sementes de azevém segue avançando, especialmente nos municípios da Campanha e da Fronteira Oeste.
Em São Gabriel, o preço das sementes é de R$ 4,00/kg para azevém e R$ 1,50/kg para aveia, segundo a Emater. Já em Alegrete, a falta de chuva prejudica a continuidade da implantação das pastagens anuais de verão.
Em Manoel Viana, os volumes recentes de precipitação — embora baixos — foram suficientes para favorecer o controle de plantas daninhas e a adubação nitrogenada.
Na região de Erechim, as condições de forragem evoluíram de forma satisfatória, com boa luminosidade e temperatura.
Pastagens de verão perenes, como BRS Kurumi, tiftons, Jiggs, Estrela Africana, braquiárias e hermátrias, apresentam boa oferta de massa verde. Já as pastagens anuais, como milheto, sorgo e aveia de verão, mostram crescimento inicial considerado adequado para o pastejo.
Em Ijuí, o estabelecimento das pastagens de verão semeadas em novembro é considerado irregular, mas sem necessidade de replantio.
Em Passo Fundo, ainda há oferta satisfatória de massa verde, mas a falta de chuva tem impedido a aplicação de adubação nitrogenada, o que pode afetar a produtividade nas próximas semanas.
Na região de Pelotas, as pastagens perenes de Jiggs e tifton mantêm alguma oferta de forragem, mas em Pinheiro Machado a seca já causa manchas de forragem morta em solos rasos e áreas mais altas.
As pastagens anuais também sofrem com o déficit hídrico, agravado pela dificuldade de aplicação de adubos nitrogenados devido ao solo seco.
Na região de Santa Maria, as pastagens de Cynodon ainda apresentam boa oferta de forragem, enquanto em Santa Rosa o estresse hídrico prejudicou a vegetação de forma mais ampla.
Áreas próximas a afloramentos rochosos apresentam sinais de senescência da vegetação, mas os campos nativos bem manejados ainda sustentam o pastejo dos rebanhos.
Em Soledade, a ausência de chuvas por duas semanas atrasou o crescimento e a rebrota das pastagens de verão.
As espécies perenes, como tiftons, BRS Kurumi e panicuns, não atingiram a plena produção, reduzindo a oferta de alimento para o gado. Já as pastagens anuais semeadas precocemente estão em pastejo, mas com crescimento limitado.
A Emater/RS-Ascar alerta que a regularização das chuvas nas próximas semanas será essencial para a recuperação das pastagens e o reequilíbrio da oferta de forragem nos rebanhos.
A recomendação aos produtores é manter manejo conservador, evitar o superpastejo e priorizar o uso de áreas mais produtivas até a normalização do regime hídrico.
O órgão ressalta ainda que, apesar das adversidades climáticas, as condições gerais ainda são consideradas boas para o período, e que o manejo adequado pode minimizar perdas e garantir sustentabilidade ao sistema de produção pecuária.
Fonte: Portal do Agronegócio
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