A Peccin, de Erechim (RS), uma das principais empresas brasileiras exportadoras de guloseimas, que comercializa seus produtos para mais de 70 países dos cinco continentes, agora também está credenciada a exportar para mercados consumidores de produtos especificamente halal. A certificadora da indústria é o Serviço de Inspeção Islâmica (SIILHalal), que tem ampla credibilidade no Brasil, atendendo importantes indústrias no país todo.

Atualmente, cerca de um terço da produção da Peccin é direcionado para o mercado externo. A certificação Halal, neste contexto, colabora para ampliar as possibilidades de negócios. “Hoje já estamos presentes em alguns países árabes, mas com um comércio muito limitado. A certificação halal vai abrir portas muito importantes porque poderemos fazer uma abordagem mais agressiva, visando um público consumidor muito maior”, analisa o gerente de Exportação da Peccin, Alain Wehbe.

De acordo com Wehbe, entre as regiões que a Peccin pretende negociar está o Norte da África. Segundo ele, também já estão em andamento negociações com a Arábia Saudita. Para esta nova etapa de negócios com os países muçulmanos, Alain Wehbe informa que a Peccin está preparando embalagens novas e específicas para produtos halal. O executivo relata, ainda, que devem ser priorizadas linhas de pirulitos e balas mastigáveis – recheadas ou não, que, inclusive são as linhas mais fortes da indústria.

A certificação halal também aumenta a expectativa da Peccin de aumentar a venda em alguns países não apenas para muçulmanos, mas outros consumidores mais exigentes, que confiam em produtos halal devido ao rígido processo de fabricação. “Vamos ganhar ainda mais credibilidade”, analisa. A intenção da Peccin é, até o final do ano, iniciar os embarques de guloseimas halal. A novidade da empresa, inclusive, já começa a ser divulgada em dois grandes eventos que acontecem no exterior: a SIAL, em Paris (França) e a Swetts & Snacks, em Dubai (Emirados Árabes).

Halal

A Certificação Halal é exigida para quem pretende comercializar produtos para comunidades muçulmanas e é a garantia de que os alimentos podem ser consumidos com confiabilidade, respeitando princípios de proteção à saúde humana de acordo com a tradição islâmica. Halal tem como principal conceito “lícito” e os muçulmanos respeitam preceitos específicos para o consumo de alimentos e bebidas, fundamentados em ensinamentos do livro sagrado Alcorão. Os alimentos halal precisam ser fabricados seguindo padrões rígidos de qualidade, mas também de acordo com a fé islâmica, o que é garantido, no caso, pela certificadora SIILHalal. A certificação dos alimentos halal leva em conta componentes e ingredientes de alimentos, forma de estocagem e observação restrita das normas de higiene e procedimentos sanitários do produtor.

“Empresas com certificação Halal aumentam seu conceito no mercado internacional, porque têm garantia que seguem padrões rígidos de controle sanitário, além de atenderem um mercado exigente e em franco crescimento que é da população muçulmana”, ressalta o diretor executivo do SIILHalal, Chaiboun Darwiche. E ele tem toda razão. Segundo projeções, há cerca de 2 bilhões de muçulmanos no mundo, espalhados em mais de 100 países. Mas os consumidores de produtos halal vão muito além, tendo em vista os adeptos dos produtos certificados devido à alta qualidade e segurança sanitária. Atualmente, o maior consumidor de produtos Halal é o Sudeste e Oeste da Ásia. O mercado do setor está avaliado em cerca de US$ 150 bilhões. E as exportações brasileiras para países árabes só têm crescido, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).