A atividade foi conduzida por técnicos da Emater/RS-Ascar e Embrapa Pecuária Sul e aconteceu na Fazenda Nossa Senhora Auxiliadora, distrito de Palmas, em Bagé, uma das Unidades Demonstrativas do Projeto. Participaram do projeto cerca de 20 pecuaristas.

De acordo com engenheiro florestal da Emater/RS-Ascar, Rodolfo Perske, a prática tem duas finalidades. A primeira delas é evitar a desvalorização da madeira que os nós podem causar. Com a poda, os galhos causadores da marca são eliminados. Outra função da retirada de galhos é o aumento da entrada de luz na pastagem, o que melhora a matéria que será consumida pelo gado posteriormente. “A iluminação é importante principalmente no inverno, pois no verão, devido a nossa localização e ao distanciamento adotado no projeto, não temos muitos problemas”, relata Perske. O engenheiro ainda afirma que os galhos podem acabar até mesmo machucando os animais que circulam no potreiro.

Os técnicos também falaram sobre as diversas ferramentas propícias para a atividade, o rendimento do trabalho e soluções para os galhos que ficam caídos.

Para o veterinário, Pedro Brasil, produtor participante do projeto e dono da propriedade onde ocorreu a capacitação, o projeto tem se mostrado muito interessante em diversos aspectos. “O silvipastoril já mostra sua capacidade só por ser acompanhado por duas instituições como a Embrapa e a Emater/RS-Ascar. Além disso, a produção de eucaliptos tem se mostrado bastante atrativa financeiramente”, explica Brasil.

A capacitação realizada nesta terça-feira é uma das ações desenvolvidas pelo projeto com o objetivo de difundir conhecimentos importantes para o produtor. Segundo o analista da Embrapa Pecuária Sul, Marco Antonio Lucas, são práticas que necessitam ser adotadas, especialmente de manejo, visando o sucesso da implantação do sistema que integra floresta e pecuária. “Algumas das recomendações repassadas são essenciais para que se obtenha o melhor resultado neste sistema de integração, sempre tendo como objetivo contribuir com a melhoria na rentabilidade da propriedade”, ressalta Lucas.

Sobre o projeto

O projeto Silvipastoril é uma ação integrada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Embrapa Pecuária Sul, Emater/RS-Ascar, Prefeitura de Bagé, Universidade da Região da Campanha, Instituto Federal Sul-Rio-Grandense e Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Ele tem como finalidade disponibilizar referências em Sistemas de Integração Pecuária-Floresta na região, por meio de atividades como a implantação de Unidades de Referência Tecnológica em propriedades de pecuária familiar e a realização de Dias de Campo e Cursos para produtores, técnicos e estudantes.

De acordo com Perske os principais benefícios oferecidos pela utilização do sistema é o abrigo para os animais, tanto do excesso do calor quanto do frio, o uso da madeira para produção interna, e a possiblidade de utilizar a área para duas atividades, com a introdução das pastagens no meio das árvores.