Publicado em: 18/08/2014 às 07:20hs
Os pesquisadores da Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro, RJ), Izabela Miranda de Castro e José Luiz Viana, irão realizar em Mvuazi, na República Democrática do Congo, um treinamento para avaliação quantitativa do teor de carotenoides em cultivares de mandioca biofortificada, no período de 19 a 22 de agosto. Parceiros na iniciativa, o International Institute of Tropical Agriculture (IITA) atuará no apoio logístico e o Institut National pour l’Etude et la Recherche Agronomiques (INERA) receberá o treinamento e cederá a infraestrutura.
O curso tem como principal objetivo capacitar os alunos a realizarem uma análise do controle de pró-vitamina A em variedades de mandioca enriquecidas por meio do processo de melhoramento genético convencional (biofortificação). O público-alvo do treinamento será formado por técnicos de laboratórios, que terão um ensino teórico e prático no referido ensaio.
A iniciativa visa ser mais uma forma de prosseguir com o aumento das ações dos projetos de biofortificação de alimentos pela África. Esses projetos são coordenados no Brasil pela Embrapa, que englobados recebem o nome de Rede BioFORT. Através de parcerias, como as realizadas com o programa HarvestPlus e financiadas pela Agência de Desenvolvimento Internacional do Canadá (CIDA), pelo Departamento de Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID) e também pela Fundação Bill e Melinda Gates, a Rede utiliza a biofortificação para selecionar e aumentar o conteúdo de micronutrientes dos seguintes cultivares: arroz, feijão, batata-doce, mandioca, milho, feijão-caupi, abóbora e trigo. Novas culturas são geradas contendo maiores teores de pró-vitamina A, ferro e zinco, fortalecendo assim o combate à deficiência de micronutrientes no organismo humano, a popular fome oculta, que dentre as doenças provocadas, estão a anemia e a cegueira noturna.
A fome oculta assola bilhões de pessoas ao redor do globo. Segundo os últimos dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 48% das crianças no mundo com menos de cinco anos de idade apresentam anemia (deficiência de ferro) e 30% possuem deficiência em vitamina A. No Brasil, os números também são altos, tendo 55% das crianças com menos de cinco anos de idade apresentando deficiência de ferro e 13% com deficiência em vitamina A.
Fonte: Embrapa Agroindústria de Alimentos
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