Publicado em: 20/08/2014 às 08:55hs
A implementação do Programa de Assistência Técnica e Gerencial com Meritocracia do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) está em andamento em vários Estados, mas algumas regionais da entidade, como no Maranhão, estão se destacando com algumas iniciativas. Conhecido, no Estado, como Mapito, o programa, desenvolvido em parceria com o Sebrae Nacional, já conta com 400 propriedades sendo atendidas e projeta alcançar mil unidades nos próximos meses.
Desde junho estão sendo realizadas ações em 20 municípios do médio sertão maranhense. As cidades foram agrupadas em três regionais localizadas em Presidente Dutra, Colinas e Barão de Grajaú. Nesses locais, as unidades operacionais do programa estão instaladas dentro dos sindicatos rurais ou nas Secretarias Municipais de Agricultura. Em cada uma das regionais existe um supervisor responsável por monitorar os 17 técnicos de campo que já estão envolvidos nas atividades. “Estamos trabalhando com outros 23 técnicos que estão sendo capacitados para atuar junto ao público selecionado. O treinamento vai até o final de agosto e na primeira quinzena de setembro eles serão encaminhados para o campo”, avisa o superintendente do SENAR no Maranhão, Antônio Luis Batista de Figueiredo.
Inicialmente, as propriedades passam por uma etapa de diagnóstico para verificar a situação atual e a “pré-disposição” produtiva. A partir desse questionário começam a ser aplicadas as ações de assistência. Na primeira fase do Mapito serão contempladas quatro cadeias produtivas – leite, mel, piscicultura e integração lavoura-pecuária.
Articulação com parceiros
Um dos diferenciais que contribui para a rápida expansão do Mapito no Maranhão é a articulação do SENAR-MA com indústrias e entidades. Segundo Figueiredo, as cadeias de mel e leite estão mais avançadas. No caso da apicultura, foi realizada uma parceria com empresas exportadoras de mel, com a Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (SEDINC) e com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), que distribuiu kits de apicultura para alguns produtores. “Estamos capacitando desde o pequeno agricultor até aquele que produz focado em mercado. Parte desse público já vai estar integrado e produzirá mel em escala comercial. As empresas vão adquirir mel desses produtores”, explica.
Na cadeia do leite foi feita uma articulação com a Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema), que promove um programa de desenvolvimento de fornecedores. A ideia é aproximar os produtores de leite das agroindústrias ligadas ao Sindicato das Indústrias de Leite e Derivados do Estado do Maranhão (Sindileite), que vão adquirir a produção. Conforme Figueiredo, uma reunião entre as duas partes já está marcada para ocorrer em Presidente Dutra.
“Pretendemos caminhar juntos para uma mesma direção. Tô colocando todas as minhas fichas nesse programa e acreditamos que tenha amplas possibilidades dessas cadeias deslancharem, além das outras que vão se fortalecer posteriormente”.
Participantes otimistas
O produtor rural Julliard Duarte Torres, de 31 anos, vive numa área de 15 hectares com a esposa e dois filhos no município de Presidente Dutra, a 347 quilômetros de São Luís. A vontade de aumentar a renda familiar e de buscar mais tecnologia para produzir fizeram com que ele buscasse apoio no sindicato rural da sua cidade. Foi lá que ele conheceu o programa Mapito e decidiu participar. “Sou agricultor desde pequeno. Aprendi com o meu pai, mas não dá mais para plantar como se plantava antigamente. Não dá quase nada, precisa de tecnologia. Quando o pessoal do SENAR veio apresentar o Mapito, percebi que quem já está participando evoluiu bastante e que a gente tem como melhorar”, declara.
Torres recebeu a visita de um técnico de campo do programa de assistência técnica e ficou satisfeito com o diagnóstico da sua propriedade para a prática da piscicultura. Segundo ele, o terreno é apropriado e existe disponibilidade de água para abastecer os tanques. “Antes, colocava os peixes na água e esperava oito meses para tirar. A forma de se criar mudou muito. Hoje, com 120 dias, já dá para tirar peixe de um quilo. Vai ser um bom negócio se Deus quiser”, prevê.
Fonte: Assessoria de Comunicação do SENAR
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