Publicado em: 25/10/2024 às 08:30hs
Artesãos de Santo Antônio do Aventureiro, localizada na Zona da Mata, estão reinventando suas produções com o uso de fibras de bananeira e taboa. Os produtos resultantes dessa inovação incluem cestos, bolsas, embalagens para cachaças e chapéus, que não apenas resgatam uma tradição local, mas também geram renda para os profissionais da região.
Ana Paula Sérvulo de Andrade, extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), destaca que essa atividade tem proporcionado aos artesãos uma renda extra, ao permitir a utilização de novos materiais em suas criações. Raquel Lima Nogueira e Victor Queiroz são exemplos de artesãos que têm inovado em suas produções.
Raquel, que anteriormente fabricava bolsas, cintos e carteiras em couro, agora agrega as fibras de taboa a seus produtos. “Estou misturando as fibras da taboa com as tramas de couro, valorizando os objetos e permitindo cobrar um valor maior”, relata. Por sua vez, Victor, que já produzia itens em bambu, agora complementa suas criações com as novas fibras. “Estou fabricando luminárias, jardineiras e canecas de forma sustentável, resgatando uma tradição que estava se perdendo”, afirma.
As vendas dos produtos artesanais ocorrem em feiras e eventos locais, com planos de expandir o alcance da divulgação e comercialização. “Pretendemos criar uma barraca exclusiva na Feira da Agricultura Familiar, denominada ‘Aventureiros de Fibra’, onde todos os artesãos estarão reunidos”, explica Ana Paula.
Ana Paula também ressalta que essa atividade foi viabilizada por meio de um curso de capacitação realizado em abril deste ano, em parceria com o Senar-MG e a prefeitura municipal. O curso teve como objetivo resgatar o uso das fibras de bananeira e taboa na produção artesanal. “Muitos produtores mencionaram que havia quem fabricasse utensílios com essas fibras no município, mas a arte não foi passada para as novas gerações. Decidimos, então, realizar essa parceria para ensinar a técnica. Agora, dez artesãos estão capacitados para trabalhar com esses materiais e perpetuar a tradição”, conta.
O instrutor do Senar-MG, Gildeon Santo Porto, explica que a escolha da fibra de bananeira e da taboa se deve à abundância desses materiais na região. “A fibra da bananeira é obtida a partir dos caules das plantas, que são cortados após a colheita do cacho de banana, representando um material que seria descartado. Já a taboa, considerada uma planta invasora nos açudes, pode ser aproveitada na produção artesanal, agregando valor e contribuindo para a sustentabilidade”, conclui.
Fonte: Portal do Agronegócio
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