Publicado em: 23/12/2025 às 11:10hs
O verão 2025/26, que começa oficialmente em 21 de dezembro, será marcado pela atuação do fenômeno La Niña, responsável por promover um regime de chuvas mais regular em regiões produtoras como Sudeste, Centro-Oeste, Matopiba (abrangendo Tocantins e partes de Maranhão, Piauí e Bahia) e em áreas do Norte do país.
De acordo com a Nottus, empresa especializada em inteligência de dados e consultoria meteorológica, as condições previstas para a estação devem favorecer o agronegócio, especialmente em relação à umidade do solo e ao desenvolvimento das culturas de verão.
A meteorologista e sócia-executiva da Nottus, Desirée Brandt, explica que o verão tende a ser menos quente do que o habitual. Essa característica deve reduzir os impactos do calor intenso sobre as plantações.
“Podemos ter momentos isolados de trégua na chuva, com elevação das temperaturas, mas os modelos não apontam para ondas prolongadas de calor. No geral, a tendência é de temperatura mais moderada ao longo da estação”, destacou Desirée.
Chuvas regulares garantem boa umidade do solo para milho e soja
O comportamento das chuvas será o principal diferencial deste verão. Segundo a especialista, a previsão indica precipitação próxima da média histórica em grande parte do Brasil Central, o que garante boa reposição hídrica e índices satisfatórios de umidade no solo.
“Estamos observando um padrão climático que favorece a persistência das chuvas e assegura excelente disponibilidade de água para as culturas de verão, como milho e soja”, afirmou.
Embora o Sul do país, especialmente o Rio Grande do Sul, tenha enfrentado apreensão nos últimos meses, a meteorologista ressalta que o risco de seca severa está afastado.
Apesar de as chuvas ocorrerem de forma mais espaçada, outros fatores climáticos além do Pacífico estão contribuindo para uma distribuição mais equilibrada das precipitações.
“Enquanto o centro do país concentra os maiores volumes, o Sul pode ter intervalos mais longos entre uma chuva e outra, mas sem preocupações de estiagem extrema neste ano”, completou Desirée.
Mesmo com o cenário amplamente positivo, a meteorologista alerta para momentos de chuva volumosa e nebulosidade prolongada, que podem atrasar colheitas e dificultar manejos agrícolas.
Além disso, o excesso de umidade pode favorecer doenças em algumas regiões produtoras, exigindo atenção redobrada dos agricultores.
“Não há indicativos de eventos extremos, mas os produtores devem estar atentos a períodos de alta pluviosidade”, reforçou.
As condições deste verão também terão impacto direto no desempenho do milho safrinha e no planejamento da próxima etapa agrícola.
De acordo com a Nottus, os modelos indicam que o primeiro semestre de 2026 deve manter comportamento hídrico dentro da média, com possibilidade de chuvas prolongadas no Sudeste e Centro-Oeste devido ao resfriamento do Oceano Pacífico.
A combinação entre chuvas acima da média, boa umidade do solo e ausência de calor extremo cria uma janela especialmente favorável para o desenvolvimento das lavouras de verão e para a organização da segunda safra.
Fonte: Portal do Agronegócio
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