As vendas antecipadas de soja da safra 2014/15, também chamadas de travas e ou vendas futuras, ainda engatinham a menos de 40 dias para a liberação do plantio no Estado, com o fim do período proibitivo, o Vazio Sanitário, em 15 de setembro. Mato Grosso, maior produtor nacional do grão, comercializou até julho cerca de 8% de uma produção estimada de 27,30 milhões de toneladas. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o ritmo atual é inferior em 23,2 pontos percentuais (p.p.) e a falta de sinalização de bons momentos a partir de agora, com a chegada da safra norte-americana ao mercado, com o início da colheita no Hemisfério Norte, já começa a preocupar o setor que se prepara para dar início a mais um ciclo.

Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização futura da soja andou em relação ao mês anterior (junho), apoiada na necessidade de trocas de insumos pela produção a ser plantada. A venda futura se caracteriza pela oferta da produção que vai ser cultivada em troca de dinheiro para aquisição dos insumos ou em troca direta por insumos. A maior parte desses contratos fixa a entrega do grão entre março, abril e maio do ano seguinte, sendo a maior parte concentrada no cumprimento dos negócios para março.

De acordo com os analistas do Imea, o volume comercializado em junho foi de 4,7%, e em julho, de 3,4%, totalizando um acumulado de 8% da soja 2014/15 vendida na média do Estado até o mês de julho. “Com o leve avanço mensal, percebe-se o ritmo das vendas bastante cadenciado, tendo como principal variável de impacto os preços baixos oriundos da pressão, sobretudo, da grande oferta internacional”.

Já o acumulado das vendas de soja da safra 2013/14 até julho registrou 93,9% de um total de 26,03 milhões de toneladas, com o preço médio praticado no Estado de R$ 54,24/sc, apresentando recuo em relação a junho. “De maneira geral, as negociações para a soja 2013/14 ocorreram voltadas ao mercado interno, focadas no esmagamento”.

SAFRA CHEIA - Os preços da soja no mercado futuro da Bolsa de Chicago fecharam com forte queda na terça-feira, perdendo até 24 pontos no contrato mais próximo e até 14 pontos nos vencimentos referentes à futura safra norte-americana, conforme informações do informativo Sojanews e o fechamento do último dia 12 regeu o mercado ontem.

Conforme os analistas do Sojanews, o fechamento foi influenciado pelo relatório mensal de safras e de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês), divulgado ontem, que confirmou uma produção recorde naquele país, em 103,9 milhões de toneladas (contra 89,5 milhões na safra passada), e elevou a previsão de estoques finais da safra nova de 415 para 430 milhões de bushels (11,7 milhões/t), bem acima dos 140 milhões/bu. (3,8 milhões/t.) da atual safra, número acima das expectativas do mercado.

A previsão da produção mundial para 2014/15 foi mantida em torno de 305 milhões de toneladas (contra 284 milhões/t na atual temporada) e os estoques finais levemente aumentados para quase 86 milhões/t em relação a julho (contra 67 milhões na atual safra).

No mercado brasileiro de câmbio, o dólar comercial encerrou as negociações do dia com alta de 0,2%, cotado a R$ 2,276 para compra e R$ 2,278 para venda.